domingo, 30 de maio de 2010

Desejo de compartilhar o que faz bem...

"Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas, um grande motivo para ser feliz!"
(Mário Quintana)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ensinando a Voar

Esta postagem busca a reflexão sobre a necessidade de algumas pessoas superprotegerem outras. Diversas são as razões para esta forma de se relacionar. Seja qual for a causa, é importante pensar sobre quais serão as conseqüências dessa atitude ou forma de cuidado?

O significado de cuidado que não cause danos, nem cobranças ou sobrecarga àquele que recebe ou que pratica a ação, poderia se assemelhar a uma relação em que se ensina a voar.

Algumas pessoas necessitam cuidar mais do outro do que de si mesmas. Algumas pessoas não sabem como cuidar de si, mas são excelentes cuidadores de quem amam ou de quem necessita de seu cuidado. Alguns aprenderam a cuidar com as figuras paternas e/ou outras figuras primárias de afeto e cuidado, já no início de suas vidas. Algumas constituem o sentido de cuidar como essencial, porque na verdade nunca se sentiram cuidados por alguém. Repito, seja qual for o motivo, cuidar no sentido de ajudar o outro a caminhar sozinho quando necessário, não é nada fácil e o grau de dificuldade, pode estar relacionado à características pessoais do “cuidador”.

Quantos pais se sentem desvalorizados por seus filhos e dizem que apesar de terem feito tudo por eles, de viver em função de suas necessidades e desejos, não são valorizados ou reconhecidos como deveriam? Quantas pessoas buscam em seus parceiros a gratidão pelas renúncias e atenção exclusiva, desde o início da relação? Quantas amizades são reconhecidas apenas se o sujeito está sempre ou totalmente disponível quando necessário?

Essas perguntas, nos fazem pensar no que estamos fazendo de nossos relacionamentos, o que verdadeiramente nos aproxima ou afasta daqueles que tanto queremos bem. Existem relações que resistem ao tempo, às mudanças e a distância. O que será que essas pessoas conseguiram de mágico, para que suas relações permanecessem, para que ainda assim se sentissem cuidados?

Só é possível ensinar a voar, quando existe confiança e segurança, quando acreditamos verdadeiramente no vínculo afetivo formado e principalmente, no Ser que se apresenta para nós. Cuidamos melhor quando sabemos cuidar também de nós mesmos! Pense no que tem feito por você, pense se tem cuidado para que esteja bem, para que seus vôos sejam cada vez maiores e mais felizes!!!

Existencialismo

O existencialismo é uma corrente filosófica e literária que destaca a liberdade individual, a responsabilidade e a subjetividade do ser humano. O existencialismo considera cada homem como um ser único que é mestre dos seus atos e do seu destino.

O existencialismo afirma o primado da existência sobre a essência, segundo a célebre definição do filósofo francês Jean-Paul Sartre: "A existência precede e governa a essência." Essa definição funda a liberdade e a responsabilidade do homem, visto que esse existe sem que seu ser seja pré-definido. Durante a existência, à medida que se experimentam novas vivências redefine-se o próprio pensamento (a sede intelectual, tida como a alma para os clássicos), adquirindo-se novos conhecimentos a respeito da própria essência, caracterizando-a sucessivamente. Esta característica do ser é fruto da liberdade de eleição. Sartre, após ter feito estudos sobre fenomenologia na Alemanha, criou o termo utilizando a palavra francesa "existence" como tradução da palavra alemã "Dasein", termo empregado por Heidegger em Ser e tempo.

O existencialismo foi inspirado nas obras de Arthur Schopenhauer, Soren Kierkegaard, Fiódor Dostoiévski e nos filósofos alemães Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl e Martin Heidegger, e foi particularmente popularizado em meados do século XX pelas obras do escritor e filósofo francês Jean-Paul Sartre e de sua companheira, a escritora e filósofa Simone de Beauvoir.

O existencialismo representa a vida como uma série de lutas. O indivíduo é forçado a tomar decisões; freqüentemente as escolhas são ruins. As regras sociais são o resultado da tentativa dos homens de planejar um projeto funcional. Ou seja, quanto mais estruturada a sociedade, mais funcional ela deveria ser.

Os existencialistas explicam por que algumas pessoas se sentem atraídas à passividade moral baseando-se no desafio de tomar decisões. Seguir ordens é fácil; requer pouco esforço emocional e intelectual fazer o que lhe mandam. Se a ordem não é lógica, não é o soldado que deve questionar. Deste modo, as guerras podem ser explicadas, genocídios em massa podem ser entendidos. As pessoas estavam apenas fazendo o que lhe foi dito.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Aos Pais


Vou citar o querido Rubem Alves para continuar a reflexão sobre o tema da postagem anterior.


"Uma jornalista, que preparava um artigo dirigido aos pais, me perguntou: Que conselho o senhor daria aos pais? Respondi: Nenhum. Não dou conselhos. Apenas diria: a infância é muito curta. Muito mais cedo do que se imagina os filhos crescerão e baterão asas. Já não nos darão ouvidos. Já não serão nossos. No curto tempo da infância há apenas uma coisa a ser feita: viver com eles, viver gostoso com eles. Sem currículo. A vida é o currículo. Vivendo juntos, pais e filhos aprendem. A coisa mais importante a ser aprendida nada tem a ver com informações. Conheço pessoas bem informadas que são idiotas perfeitos. O que se ensina é o espaço manso e curioso que é criado pela relação lúdica entre pais e filhos. Ensina-se um mundo! Vi numa manhã de sábado, num parquinho, uma cena triste: um pai levara o filho para brincar. Com a mão esquerda empurrava o balanço. Com a mão direita segurava o jornal que estava lendo... Em poucos anos sua mão esquerda estará vazia. Em compensação, ele terá duas mãos para segurar o jornal".


O equilíbrio na relação com o outro, pais e filhos... filhos e pais.... pessoas e pessoas.


Rigidez X Flexibilidade

Escuta X Omissão

Respeito X Autoritarismo

Proximidade X Indiferença

Proteção X Insegurança


É tão difícil cuidar, seja de alguém, seja de nós mesmos. Para isso, buscamos a receita de bolo que nos traz segurança e a quase certeza de que tudo vai dar certo. Será que estamos no caminho certo? Como achar a dosagem certa para o que oferecemos e recebemos nas relações e no mundo em que vivemos?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Proteção tem limites

Geralmente protegemos quem amamos, certo? Algumas pessoas dizem: “se mexer com quem amo, mexeu comigo”. Esse comportamento é socialmente aceito, até porque temos o instinto de proteção e/ou defesa, que nos mantém seguros, diante de situações ameaçadoras.

E agora lhes pergunto: Quando a proteção deixa de ser saudável e causa prejuízo aos indivíduos envolvidos? Como reconhecemos o limite para essa proteção?

Proteção e defesa caminham lado a lado. Aprendemos desde crianças, através das orientações da família e dos educadores, pelas notícias de televisão e também nas conversinhas com outras crianças, que o mundo está perigoso e por isso, não devemos falar com estranhos. Alguns aprendem precocemente através do sofrimento e da ausência de proteção.

Existem regras para manter-se protegido, que variam de família para família, de ambiente para ambiente, de pessoa para pessoa e surgem a partir da experiência de vida de cada um.

São experiências na relação com o outro e na formação dos vínculos afetivos, responsáveis pela bagagem que carregamos e que nos ajuda ou nos atrapalha, na construção dos caminhos e nas escolhas que realizamos durante a vida. “O tempo certo, que traz todas as coisas”, já dizia o filósofo Heráclito de Éfeso. O tempo próprio, tempo que pertence a cada um, que será utilizado no aprendizado da vida, na conquista de nossas próprias “armas” de defesa ou enfrentamento das dificuldades encontradas.

Costumo dizer que não é possível pegar a vida do outro e resolvê-la, para depois devolver ao seu dono, com tudo bem arrumadinho. Sabemos disso, mas por que então é tão difícil agir dessa forma? Por que muitas vezes necessitamos proteger a todo custo e até exageramos no cuidado e na proteção?

É importante refletir sobre como estamos protegendo quem tanto amamos! Para não gerarmos indivíduos extremamente inseguros e dependentes emocionalmente. Senão teremos adultos que deverão substituir suas figuras paternas de apoio, por relações amorosas em que o (a) parceiro (a) assumirá papel semelhante ao dos “pais protetores” de antes.

Por isso, lembrem-se que proteger não significa ser responsável pela vida do outro! As dificuldades ensinam! Receber ajuda é sempre muito bom, às vezes é bastante necessário, mas que nossa autonomia e escolhas sejam preservadas. Só assim crescemos... amadurecemos! Proteção em excesso gera insegurança e compromete nossas escolhas diante da vida.

Continuemos essa discussão em outro momento, já que não podemos esquecer, daqueles que por alguma razão “precisam” proteger excessivamente. Para esses, o peso da bagagem é muitas vezes insustentável, causando adoecimento e no futuro, grande arrependimento.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Música: Paciência (Lenine e Dudu Falcão)

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...
Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...
Será que é tempo
Que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo
Pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

(...)

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...
A vida não pára...


Essa música me faz pensar em todos os pacientes, que durante minha prática em cuidados paliativos, pude encontrar e cuidar. Pacientes que lutaram ou lutam para continuar vivendo, que enfrentaram e enfrentam doenças graves... que aos poucos aumentam suas limitações e que muitas vezes provocam intenso sofrimento. Pessoas que desejam viver ou que viveram até o último instante. A todos vocês, quero dizer que sinto saudades... e agradeço todos os dias a Deus, pela oportunidade de crescimento pessoal e profissional... devo muito a vocês!

sábado, 15 de maio de 2010

Sobre o Amor - Parte II


Nesta semana, o tema fez parte de quase todos os atendimentos com meus pacientes da Geriatria. Vou trazer aqui um pouquinho dessas vivências, para quem sabe, continuar essa discussão através da realidade de quem vive e constrói o dia a dia de uma relação. Vou citar três mulheres e suas histórias, que se assemelham e se divergem, todas são importantes e devem contribuir para o que desejamos pensar, o sentimento amor e as relações que estabelecemos com o outro, quando estamos amando.

Uma delas contou sobre os anos ao lado do marido que nunca foi o parceiro idealizado, refere que por esse motivo sofreu muito durante anos. Hoje reconhece que ele fez o que podia ou o que conseguia fazer e que nunca deixou de ser um bom marido. Sente como se tivesse perdido muito tempo, desejando que ele fosse diferente. Esse tempo, segundo ela mesma conta, é um tempo que não volta. “Tempo que perdi e não vivi ao lado do homem que me fez muito bem, só não me amou do jeito que eu o amei”.

A segunda paciente relatou que durante o casamento, seu esposo tinha “interesses diferentes”. O que muitas vezes serviu de motivo para discussões e/ou atritos. Refere que hoje, após nove meses de seu falecimento, desejava poder voltar no tempo e fazer diferente. “Gostaria de fazer mais os desejos dele, já que ele sempre foi um bom marido. Reconhece que sempre fez o melhor que pôde, mas às vezes sente como se não tivesse conseguido ser a esposa que ele desejava. Refere que não conseguia, mas ainda assim gostaria de voltar no tempo.

A terceira e última paciente, também já perdeu o esposo falecido há 10 anos. Refere o mesmo com muito amor, diz sentir muitas saudades e se recorda do tempo que viveram juntos. “Esse tempo não volta”. Descreve que o casamento foi muito bom e apesar de freqüentarem religiões tão distintas, sempre se respeitaram muito.

Três histórias que falam de vivências de amor, que resistem as idealizações, às dificuldades enfrentadas pelas diferenças. Todas sentem saudades de um tempo que não volta mais. Será que daríamos tanto valor ao tempo, se pudéssemos voltar sempre que desejássemos? Será que não foram as dificuldades enfrentadas que fortaleceram esse amor? Se você está nesta condição, talvez seja importante pensar se não pode modificar o que precisa agora, para não viver mais pra frente a "angústia do tempo que não volta."

Amor por escolha, amor realidade, amor com renúncias, amor que cuida e não anula o ser que ama. Amor autêntico, amor que cresce pelas diferenças, que não exige condição para existir, para ser como é... do jeito que conseguiu ser.

Desejo muito amor para todos nós!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Sobre o Amor...


Através das palavras da querida Lya Luft, convido a todos que se interessarem, a pensar sobre o que este tema nos inspira, nos provoca, nos instiga, nos presenteia ou nos transforma.

É um tema que promove diversas discussões e significados. Sua complexidade vem sendo estudada por muitos pesquisadores de diferentes áreas.

Esta postagem inicia mais uma problematização, sobre esse ESTADO, essa EMOÇÃO, esse SENTIDO de vida, essa VONTADE que dá de viver assim... mesmo que uma única vez na vida, O AMOR ...

Podemos pensar o amor de diferentes cores, nuances, intensidades, amor compartilhado... amor platônico, amor fantasiado, amor inesperado, amor maduro, amor por conveniência, amor por escolha...

Como estamos realizando nossas escolhas quando falamos de amor? O que nos direciona nessas escolhas, em que nos baseamos? O que você busca quando vivencia o amor?


“Amor é tarefa complexa, além de tudo porque para amar preciso primeiro me amar. Dentro e fora são reflexos mútuos, como dois espelhos em lados opostos. Vou procurar um amor bom pra mim – no qual me reconheço e me reencontro, me refaço e me amplio, me exploro, me descubro – se minha imagem interior me leva a isso. O amor mais que tudo nos revela: manifesta nossas tendências, o que preferimos e escolhemos para nós. Quero, mereço ser e fazer feliz ou preciso me punir e castigar ao outro; mereço e posso crescer ou me aniquilar... e ao outro comigo? (...) Escolho conforme minha saúde emocional ou minha doença, meus desejos mais obscuros, meus movimentos inconscientes em direção de afirmação ou destruição.”

(Lya Luft – Perdas e ganhos)

domingo, 9 de maio de 2010

"Tempus Fugit" quer dizer "o tempo foge". A vida é breve.

Resolvi trazer um presente para todos que desejarem experimentar um pouquinho de Rubem Alves... preciso dizer que vicia... mas não se preocupe, mesmo assim não tem contra indicações! Movimentooooooooooooooo, quem fica dentro de si... não vive o movimento de fora, muito menos o de dentro... vai paralizando... e tudo vira mesmice... perde a graça. Para existir o de dentro, precisa existir o de fora e vice-versa. "Somos" na relação com o fora e dentro de nós. O ser humano quer movimento.... precisa de movimento.... sente falta se não tem.



Ganhei coragem
“Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece“, observou Nietzsche. É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. Albert Camus, ledor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora quando a coragem chega: “Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos“. Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem. Vou dizer aquilo sobre que me calei: “O povo unido jamais será vencido“: é disso que eu tenho medo.
(Rubem Alves)

sábado, 8 de maio de 2010

Parar e fazer um "balanço"


Quando será o momento de parar e fazer um “balanço” sobre como estamos vivendo nossas vidas? Será que as pessoas fazem como na tirinha, param às vezes e refletem sobre o que estão fazendo? Observo que poucas realizam o exercício de pensar a vida, de perceber sentimentos e identificar os papéis assumidos nas relações, para melhor aproveitar sua existência em favor de si mesmo. Muitos passam pela vida, como quem entra num barco sem destino certo ou com o pacote de viagem já fechado, sem possibilidades de mudanças, de novas e grandes idéias, que podem tornar a “viagem” muito mais divertida.
Por que será que não nos observamos, nem questionamos o que temos feito? Será que não aprendemos como fazer? Será que nos ensinaram que questionar é feio... é errado? Ou que temos de fazer isso ou temos de fazer aquilo e pronto! Seguimos modelos durante a vida, isso é fato! E às vezes repudiamos tanto o que nos ensinaram, que escolhemos fazer o inverso. O que pode nos levar a uma desorganização de qualquer forma. Quero dizer que não refletir pode ser prejudicial e trazer danos irreparáveis, os impulsivos que o digam! Mas refletir demais pode contribuir com a passividade.
Acredito que quanto mais cedo se aprende a parar e pensar sobre como se está vivendo a vida, melhor proveito e ensinamento tiramos! Meus pacientes já idosos e os que atendo na clínica de paliativo, estão sempre me ensinando que a vida deve ser vivida todos os dias e se adiamos muito... perdemos mais do que ganhamos!

O Tratamento Psicológico


O Tratamento Psicológico tem como objetivo promover a saúde, compreendendo que o bem-estar emocional possibilita uma melhor qualidade de vida para o indivíduo adoecido e para aqueles que demonstram sinais de estresse ou desequilibrio psicorgânico.

Através de um processo de escuta ativa, o psicólogo busca a cura do sofrimento psíquico, que pode atingir o indivíduo em todas as fases de sua vida (infância, adolescência, vida adulta e velhice). Seja qual for o motivo para o sofrimento, é importante cuidar da saúde emocional para a prevenção de doenças graves, como os transtornos depressivos e ansiosos, e os distúrbios somáticos, tão comuns nos dias de hoje.

Busque apoio ou avaliação psicológica quando perceber que o sofrimento emocional está comprometendo seu desempenho na realização das tarefas diárias; afetando as relações interpessoais; prejudicando sua saúde física e ainda, se estiver vivenciando um momento de crise ou adoecimento, e precisar de ajuda para enfrentá-lo!

O profissional da psicologia, pode trabalhar na prevenção, cura e promoção da saúde. Nas diversas áreas, como por exemplo: saúde, educacional, institucional, social, etc. Atende no espaço terapêutico do consultório, no leito hospitalar, em domicílio, entre outros; dependendo sempre das condições em que se encontra a pessoa necessitada de cuidados e o objetivo do profissional que estará atuando em algum desses espaços citados.

Muitos pacientes ou clientes, chegam para a consulta já bastante adoecidos porque apresentam resistências quanto ao tratamento psicológico, uma delas é a fantasia de que "só passa com psicólogo quem tá ficando louco". Quantas vezes já ouvi isso! Explico que não é verdade, que o psicólogo trabalha com diversas demandas, uma delas pode ser a loucura, mas não é a única.

Por isso, antes de evitar uma consulta com o psicólogo... experimente! Porque aprender a cuidar de si mesmo, conhecendo mais a respeito do que lhe faz bem e o que lhe torna saudável ou feliz, pode ser a solução para inúmeros problemas ou doenças, que fazem o corpo e a alma padecerem, sem tempo certo para acabar e sem a certeza de um final feliz...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Meu EU X EU do outro


Não sei dizer quando começou, talvez seja um daqueles problemas que existem desde que o mundo é mundo. Posso dizer que cada vez mais, aumenta a freqüência de seres humanos com dificuldades sérias, quando o assunto é relacionamento interpessoal. Não tenho intenção de simplificar essa discussão, dizendo que os seres humanos deviam ser mais humanos e empáticos com o outro. Acredito que essa poderia ser uma das possibilidades, mas como chegamos até ela? Como nos tornamos mais humanos nas relações, mais empáticos com o outro?

Todos nós pertencemos a um mundo repleto de sujeitos que levam consigo suas individualidades e/ou subjetividades, inseridos nos diversos ambientes (familiar, profissional, nas amizades...), desempenhando papéis diferentes em cada uma das situações. Somado a isso, temos o fato de que todos possuem como parte de sua subjetividade, uma história de vida carregada de valores, ensinamentos, deveres, expectativas e em alguns casos, “missões” a serem cumpridas. Ufa... quanta complexidade quando o assunto é relação humana ou interpessoal! Relação entre meu EU e o EU do outro.

Se você conseguir, tente se imaginar de frente para alguém com quem neste momento está tentando se relacionar ou somente, iniciar uma conversa. Imagine que atrás de você e desse outro, estão todas as pessoas responsáveis pela construção do sujeito que vocês se tornaram, pela personalidade que cada um de vocês possui. As filas ficaram grandes, né? Será então impossível o relacionamento sadio e prazeroso entre humanos? Quem sabe se pudéssemos resolver este (s) problema (s), nos percebendo como seres pertencentes e também RESPONSÁVEIS pelo sucesso da relação? Não seríamos os únicos responsáveis, porém participativos nesta construção. Desta forma, poderíamos construir relações onde nossa marquinha de identificação aparecesse, onde não seríamos apenas figurantes. Mas é preciso tomar cuidado para não desejar o papel principal e esquecer que neste enredo, precisam existir pelo menos duas pessoas, que juntas deverão construir o papel principal. Apenas na relação que mantenho comigo mesmo, consigo ser o único que sempre realiza as escolhas.

Convido a todos, a criarem mentalmente uma listagem com as ferramentas necessárias para um bom relacionamento interpessoal. Recorro novamente à humanidade e a empatia; sigo em frente pensando no respeito a nossa individualidade e a do outro; acredito ser importante o exercício de saber ouvir e não apenas de querer falar; também o entendimento de que somos seres em construção e o saber do outro não faz de você um ser menos importante ou capaz; toda relação saudável se faz através da soma das subjetividades e quando uma se sobrepõe a outra, as chances de dar errado se multiplicam; é preciso gostar de receber e também de se doar; flexibilidade; troca; tolerâncias às diferenças; tempo; sensibilidade e compreensão quando o outro não consegue realizar algo que está fora de suas condições (físicas, financeiras, afetivas, psicológicas... etc); prezar a liberdade de escolha de ambas as partes; é necessário ensinar e aprender com o outro, sem arrogância ou presunção; entender que do seu jeito, só você consegue ser ou fazer; e por aí vai...

Então tem receita pronta, pra viver bem na relação com os outros? Não! Tem caminhos, possibilidades, tem ferramentas que serão utilizadas quando necessário e se desejar. Talvez a finalidade seja uma só, promover o BEM de todos os envolvidos. Sobre isso, poderíamos abrir mais uma deliciosa e difícil discussão. Que BEM é esse, como identificamos isso? Alguma sugestão? E assim continuamos, dia a dia nessa busca pela relação saudável, que acontece a partir do conhecimento sobre o outro, e principalmente a respeito de si mesmo. Estamos aprendendo, um dia chegamos lá!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ressaca emocional

Você sabe o que é, ou quando acontece? Muitos indivíduos vivenciam o estado de ressaca emocional. Digo muitos porque na verdade, apesar de não ser facilmente identificado, é mais freqüente do que se imagina. Isso porque grande parte dos indivíduos, quando vivenciam situações de crise e/ou intenso sofrimento, como: conflitos pessoais, mudanças bruscas, adoecimento grave, rupturas ou rompimentos, situações de traumas, perdas simbólicas e concretas, morte de ente ou pessoa querida, etc.. etc, etc. Como mecanismo de defesa, quando a dor se torna insuportável, o indivíduo pode reprimir a dor... negando ou evitando entrar em contato com o seu sofrimento, para que seja possível seguir adiante. E assim, muitos seguem a vida negando suas dores, agindo diante das pessoas como se estivessem muito bem, tentando convencer a si mesmo de que tudo está bem. Esse estado de falso bem-estar, falsa aceitação ou falso conformismo... esconde o sofrimento que não pôde ser cuidado ou elaborado. O estado de graça, a festa animada, o estado de negação ou evitação... não dura pra sempre. O tempo de permanência neste estado é individual ou subjetivo. O tempo se esgota, as defesas já não estão mais tão fortes, o corpo começa a adoecer quando o sofrimento emocional não pode ser expressado. A partir disso, aparecem os sinais de descontrole, podendo transformar-se em patologias físicas e psíquicas. Neste momento o Ser começa a sentir, a dar-se conta da intensidade e acúmulo de questões e sentimentos não resolvidos. Neste momento, a ressaca emocional se faz presente, como a conseqüência da falta de auto-cuidado. São inúmeras as razões para que nos coloquemos no papel de quem sempre está bem, de quem não sofre ou é tão “forte” que se recupera rápido e segue a vida sem sentir. Se já aconteceu com você, se conseguir pensar a respeito, talvez encontre as razões em sua história de vida, nos modelos aprendidos no início da vida e das relações. E se você ainda precisa cuidar de suas dores emocionais, procure ajuda de um profissional. Todos nós precisamos receber cuidado, principalmente de nós mesmos! Hoje uma paciente disse que seus familiares estão perguntando o que está acontecendo, por que ela está diferente. Ela respondeu que suas costas estavam muito largas e que ela precisa diminuí-la pela metade, para que só assim ela consiga parar de se sentir responsável por todos, para que só assim ela possa cuidar e pensar nela também.

domingo, 2 de maio de 2010

Mudar pensamentos, sentimentos e atitudes...

Às vezes se torna tão necessário promover mudanças em nossas vidas! Para isso é preciso tempo e bastante cuidado porque exige muito de todos nós, e não é nada fácil! É um processo complexo... difícil mesmo, que pode causar medo e tantos outros sentimentos. É por isso que tanta gente tem evitado refletir a respeito, para mexer na bagagem que só pesa, para separar e se desfazer do que já não nos serve mais. Enquanto seres humanos inseridos neste mundo repleto de exigências, respondemos aos conflitos emocionais de diversas formas. Já falei anteriormente das resistências, que nos arrastam muitas vezes ao ostracismo, a passividade, ao conformismo e até mesmo, a uma falsa aceitação. Para lidar melhor com mudanças, bom seria se aprendêssemos a perder. Se pudéssemos vivenciar com mais naturalidade as perdas que enfrentamos. Sabemos que perder faz parte do ciclo vital, mas como traz sofrimento, principalmente quando existe vínculo afetivo com a pessoa ou objeto perdido! Perder pode envolver renúncias, para que possamos nos adaptar e seguir adiante. E quase sempre necessitamos atribuir um significado para o que não pudemos evitar. Pensar, sentir, agir, desejar, precisar, renunciar... Seja como for, cuidem-se para que a cada dificuldade vivenciada, não nos privemos de novas possibilidades. Isso porque às vezes só o que nos resta é deixar para trás e seguir em frente. Lembrando sempre que o tempo do psiquismo é bem mais lento do que o tempo expresso pela razão.


“Ah, é a saudade do outro que eu poderia ter sido que me dispersa e sobressalta!”
(Fernando Pessoa)

sábado, 1 de maio de 2010

Resistências


Resistir é preciso, mas viver com tantas resistências nos mantém longe de tudo e de todos... principalmente de nós mesmos! Me sinto um ser humano privilegiado porque trabalho na profissão que acredito e amo, além do ganha pão... todos os dias tenho a oportunidade de aprender, sobre aqueles que são “enviados” ou que “escolhem” cuidar melhor de si e por isso, me procuram para ajudá-los. E assim, através desses encontros terapêuticos, encontros onde as mais diversas pessoas precisam deixar suas resistências de lado, para trazer um pouco mais de si mesmo à reflexão. Fazer terapia é tarefa árdua... tarefa bem difícil! Sempre sou questionada, pelos pacientes que iniciam o tratamento comigo e também, por amigos e familiares que resolveram buscar o autoconhecimento. Sempre me perguntam, como deve ser... o que devem dizer, como se faz terapia?! Hummm... então, falar sobre o outro é tão mais fácil né? O espaço da terapia é um espaço para aprender a identificar o que tanto resistimos ou evitamos entrar em contato. O que negamos, projetamos, transferimos ou deslocamos, quando mudamos o foco... quando não queremos tocar no assunto ou demonstrar para os outros, mas principalmente pra gente mesmo! Em terapia nos expressamos a princípio com muitas defesas, morrendo de medo que aquele sujeito ainda desconhecido (terapeuta) encontre o segredo que faz de mim quem eu sou, segredo que me mantém como quem já não quero ser ou longe de quem já fui um dia e morro de saudades... querendo ser outra vez! Depois que se forma o vínculo terapêutico, passamos a falar do jeito que falamos nas relações em geral. E com o tempo, aprendemos como pode ser gostoso, falar e ouvir a nós mesmos para que só assim, possamos encontrar o sujeito (quem realmente somos) e os sentidos que nos movem. Isso é mais do que falar sobre o que nos fizeram e o que não suportamos mais, é falar sobre o que desejamos apesar de tudo aquilo ou todos aqueles que não podemos mudar. É mudar a si mesmo, para que o encontro mais difícil e mais esperado ocorra... o encontro com a nossa essência, a verdadeira essência do Ser.