terça-feira, 28 de setembro de 2010

Agradecimentos


Gostaria de agradecer a todos os visitantes e seguidores do Blog, pois ultrapassamos o número de 1000 visitas. É muito gratificante, quando nos dedicamos para realizar algo e percebemos que outras pessoas também valorizam e acreditam no que a gente faz.

Muuuuuuito obrigada!!

Beijos!

Reações emocionais


"Quando a mente não está bem, o corpo para". Esta frase foi dita hoje por um paciente que está gravemente enfermo. Disse enquanto falava de sua preocupação com um familiar que tem se descuidado muito de si mesmo. Meu paciente compreende que é preciso para se ter saúde, o equilíbrio da mente e do corpo.

Quantas pessoas que ainda não vivenciaram uma situação de adoecimento grave, não acreditam ou não se atentam para o significado e importância desta frase em negrito. E você, já pensou sobre como é importante cuidar de seus pensamentos e sentimentos ou conflitos?

Pensar nem sempre é fácil, por isso muitos evitam e negam sofrimento, reprimindo o choro que muitas vezes pede para ser externado. Quando um paciente diz para mim que não chora. Sempre pergunto se não chora porque não sente vontade ou se não consegue mais. Muitos dizem que evitam chorar porque chorar não é bom.

E por que será que ninguém se incomoda de chorar de alegria ou de tanto rir? Parece que chorar de tristeza, para muitos pode significar a perda de controle sobre as próprias emoções e sofrimento, como se permitissem que a tristeza cresça dentro delas e tire sua força. Será mesmo que é isso que acontece? Chorar é uma reação emocional que permite ao ser externar alegria, tristeza, raiva, revolta... e outras tantas emoções. Em muitos casos, chorar é a possibilidade de entrar em contato com o que traz sofrimento ou alegria. Alguns dizem chorar sem saber o motivo, outros identificam razões para o choro entristecido e evitam.

Quando choramos permitimos que a emoção saia ou se expresse. Ouvi esses dias: "Quem poupa sempre tem." A partir disso, pensei em: quem guarda sempre tem. E se o que guardo é minha tristeza e choro, sempre terei. Desse jeito, acontece o que o meu paciente disse... a mente não fica bem, mente e corpo padecem.

Beijos!!

sábado, 25 de setembro de 2010

Gostoso mesmo é compartilhar



Uma das experiências que mais gosto na vida é a POSSIBILIDADE de compartilhar o que aprendemos, sentimos, fazemos, pensamos... claro que compartilhar envolve troca e escuta. Pode ocorrer a partir de um encontro presencial ou até mesmo, através de um interesse em comum, que nos aproxima do que o outro nos apresenta. Gosto dessa ideia da menininha da foto, que parece receber e ao mesmo tempo dar algo de si, para as borboletas. Quando existe comprometimento e amor pelo que se faz, estes interesses e sentimentos nos envolvem. Acredito que nesses encontros presenciais ou registrados, em conversas e muitas vezes em escritos... muito se aprende, muito se descobre, principalmente sobre nós mesmos.

Por isso, meu desejo de compartilhar e fazer disso algo gostoso, criando possibilidades de atribuir significados diversos ao que se lê e ao que se sente, ao que se percebe... me traz hoje aqui, para deixar um poema de Fernando Pessoa e claro, quem quiser contribuir... continuando a proposta de oferecer algo a alguém... fique à vontade para fazer o mesmo através dos comentários.

Abraços fortes...


Eros e Psique - Fernando Pessoa

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe, o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino -
Ela, dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra a hera
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Ciranda da bailarina - Chico Buarque

Esta publicação é um desejo de compartilhar não só uma música que diz tanto, mas principalmente mais uma lição aprendida... mais um aprendizado. Assisti pela manhã uma conferência sobre o profissional da saúde e a necessidade de que o mesmo exerça o autocuidado. Aprendi muito com a queridíssima Regina Liberato, que mais uma vez me fez pensar bastante sobre o quanto nós, que nos dispomos a cuidar do outro, não podemos esquecer que somos tão humanos e vulneráveis quanto e por isso, também precisamos de nosso cuidado!

Regina disse em sábias e experientes palavras, que apesar de nossa formação, não deixamos de ser seres que também vivenciam perdas de amores, financeiras, carregamos nossas dores e sofrimento, temos uma história específica, adoecemos e portanto, nada nos difere de quem nos procura. Por isso, ela diz que somos todos, enquanto seres humanos ... iguais e temos de tudo (como na música do Chico).

"Nos afetamos e afetamos ao outro." Cada encontro com este outro que está separado de mim, deve promover mudanças internas. E se ninguém vive sem um outro alguém, que façamos de forma saudável, sem que ninguém seja melhor do que ninguém. Sem que ninguém mereça mais do que o outro alguém. Sejamos nós mesmos, sem desrespeitar quem quer que seja. Sem desrespeitar a nós mesmos! Somente assim, construimos verdadeiros laços de afeto, somente assim conseguiremos conviver em harmonia na relação com o mundo externo e principalmente, com o mundo interno... com quem somos.

E para finalizar, mais uma frase de Regina: "não é possível reconhecer sofrimento, se não reconhecemos de alguma forma em nós mesmos". Sábias palavras...

Desejo a todos um ótimo fim de semana... amanhã tenho mais congresso, mais a aprender e também para compartilhar.

Beijos!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O que vejo, muitas vezes é também como me sinto...


"Olhando para uma foto, dizemos com desgosto: - Eu não estou bem nessa fotografia... (Minha pose não funcionou...) O que quer dizer essa afirmação 'eu não estou bem'? Como é que sei que não estou bem? Esse 'eu não estou bem' resulta da comparação que faço entre a fotografia à minha frente e a imagem em que 'eu estou bem' e mora na minha fantasia".
(Rubem Alves)
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O sofrimento emocional ou conflitos pessoais se expressam através de sinais ou sintomas físicos, psíquicos e comportamentais. O olhar que direcionamos para o mundo, para as pessoas e para nós mesmos, sofre influência se as condições internas estão em desequilíbrio. Sendo assim, é importante estar atento as respostas e aos sentimentos gerados em nós quando estamos diante de estímulos externos. São indicadores de nossa saúde emocional! Se nossa percepção de mundo interno está muito negativa, dificilmente encontraremos qualquer razão positiva para aquilo que somos, fazemos ou recebemos.
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Nesse sentido, muitas pessoas projetam no outro, seus sentimentos de insatisfação, mantendo-se passivas diante de seus conflitos. O que de certa forma, só os mantém infelizes e inconformados com o que veem ou pensam a respeito de si mesmo.
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Atenção a esses pensamentos e sentimentos... estes possuem causas e podem ser tratados. Caso contrário, o tempo passa e muitas vezes se esgota, a doença se manifesta e o constante sentimento de vazio e insatisfação cresce!
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Quantas pessoas seguem assim, mudando sua aparência, no entanto a fotografia nunca está boa e assim permanece. É assim que a auto-imagem aparece distorcida, até que o mundo interno também esteja em equilíbrio. Com isso, o desequilíbrio se mantém até o dia em que o indivíduo consegue confrontar e cuidar de seus conflitos. Os olhos refletem como espelhos o estado de nossas almas! Pensem nisso...
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"O fundo do meu mar é tranquilo: quem poderia imaginar que nele vivem monstros brincalhões? Minhas profundezas são imperturbáveis" (Nietzsche)
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Imperturbáveis? Será? Até quando será possível viver assim?
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Tenham uma boa noite...
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Abraços fortes...

sábado, 18 de setembro de 2010

"INSTANTES" - JORGE LUIS BORGES


INSTANTES

"Se eu pudesse viver novamente a minha vida,

na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido.

Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais.

Contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas,

nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha,

teria mais problemas reais e menos imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente

cada minuto da sua vida: claro que tive momentos de alegria.

Mas se pudesse voltar a viver,

trataria de ter somente bons momentos.

Eu era um desses que nunca ia à parte alguma sem um termômetro,

uma bolsa de água quente e um pára-quedas:

se eu voltasse a viver, viajaria mais leve.

Se eu pudesse voltar a viver,

começaria a andar descalço no começo da primavera

e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres

e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo"




A correria das últimas semanas, não me permitiu postar algo de minha autoria. Peço desculpas pelo sumiço. Não pensem de maneira alguma que é descaso, pelo contrário... sinto falta deste espaço quando não consigo estar mais presente. Sinto que perco, quando me ausento e deixo de cuidar, trazendo sentidos pessoais e profissionais, que pouco a pouco estão preenchendo este blog que cultivo com tanto carinho. Logo que possível, apareço para compartilhar mais sobre minhas reflexões e prática profissional. Por ora, trago Borges... espero que gostem! Um forte abraço...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

"Escolhas" - Cynthia Gonçalves


Este texto foi retirado do Blog http://hojesouassimepronto.blogspot.com/
A autora é uma amiga muito querida, admiro seus textos e reflexões. Visito sempre que posso e recomendo!
Obrigada por me permitir publicar seu texto em meu blog.
Beijos!


Escolhas... Há sempre duas portas... Muitas vezes escolhemos a certa e tantas outras erramos feio! Não dá para espiar antes de entrar.Podemos ficar estáticos e deixar que tudo se repita ou analisar, digerir nossos erros e fazer diferente. E fazer diferente não é sinônimo de acerto, mas sim de perseverança.

Virar a ampulheta e observar cada grão. O tempo passa rápido demais, hoje as estações não se definem mais. E as emoções então? Beiram ao caos!A cada obstáculo, mais força para seguir adiante e lutar pelo nosso espaço no mundo, espaço em nós mesmos. O chão gira e nem sequer percebemos, a vida passa e sequer acenamos... já foi... tchau.

Está na hora de tirar o peso das costas, antes que as consequências sejam irreversíveis e nossos sonhos parem na UTI.

Se ninguém quer te ouvir, tenha certeza: Você não quer falar. Gastrites, ansiedade, insatisfação, dúvidas, compulsão e dificuldade, tudo isso vem e explode com toda força contra seu peito. Estresse!!!

Está na hora de parar e sorrir! Leia um bom livro, olhe para o lado... ali estão as pessoas mais importantes de sua vida. Divirta-se, jogue a bolinha para o seu cão, faça uma bela caminhada no parque ou simplesmente pare, observe e aproveite tudo que conquistou. A vida tem pressa e a felicidade também.

"Sonho que se lembra é aquele que se acorda na metade. E o que foi até o fim, não é sonho. É realidade."
(Trecho retirado de um texto de R. Ortiz)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O estresse da mulher bombril



O texto hoje fala da mulher que no dia a dia assume várias funções, que se sobrecarrega fisicamente e emocionalmente, que vive para cuidar da família e das funções de senhora do lar...
Podemos ampliar a reflexão, pensando na mulher que além dessas funções, também é responsável por parte ou total sustento da casa, que diante de tantas atividades, não consegue tempo algum para cuidar de si mesma.
Essa mulher com certeza deverá adoecer e com o tempo sofrerá frequentemente com sintomas depressivos, ansiedade elevada, sinais e sintomas de estresse ocupacional e outras desordens, também físicas.
Em casos graves, a depressão pode levar a tentativas de sucidídio. Ou a comportamentos de risco, como por exemplo, os vícios envolvendo álcool e cigarro. E até mesmo comportamentos compulsivos por compras, alimentos, jogos, etc. Além disso, aumentam todos os dias, o número de mulheres cardíacas.
Novamente voltamos ao seguinte questionamento: será possível cuidar de alguém e nos manter felizes e saudáveis, quando nos abandonamos? Quando deixamos de cuidar e valorizar quem somos?
É comum mulheres que ao viverem a vida como as descritas "mulheres bombril, com mil e uma utilidades", em determinado momento da vida, principalmente quando já adoecidas, se percebem ou se arrependem de não terem se amado mais.
Para vocês que são fortes e capazes de muitas coisas, acreditem... é possível continuar realizando e cuidando de filhos, marido, casa, trabalho... e ainda, se incluir nesta lista. A tarefa é árdua, mas importante demais e possível! Cuide melhor de si mesma e verá que durante muitos anos, viverá e cuidará bem de todos os seus.
Abraços fortes...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Egoísmo ou amor próprio?


Qual a diferença entre o indivíduo egoísta e aquele que se coloca em primeiro plano quando aprende a importância de valorizar a si mesmo e de realizar o auto-cuidado?

Parece uma sentença simples, porém para muitas pessoas esta não é uma pergunta fácil de responder.

Tudo depende do aprendizado, dos valores atribuídos, do significado.

Seja qual for o impedimento, razão ou crença para o conflito que muitos ainda vivenciam ao escolher cuidar melhor de si mesmo e com isso, sentem que estão sendo egoístas...

O fato é que a difença existe e sua compreensão é singular, deve ser respeitada ao invés de contrariada.


Desejo que aqueles que se sentem egoístas por se amarem, valorizarem quem são, seus desejos ou aspirações, que estes encontrem um caminho mais generoso e menos opressivo para suas vidas.


Beijos!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"Alguém vai notar" - Fernanda Takai


Era uma florzinha simples e sincera. Ninguém dava nada por ela. Qualquer coisa parecia ser mais importante nessa vida do que aquele pedaço de vegetal frágil. Mas ela exalava um cheirinho tão bom! Era a flor de manacá mais cheirosa da pequena árvore do canto do jardim. Tinha a responsabilidade discreta de perfumar sozinha uns poucos metros cúbicos de ar, trabalhando por todas as outras flores - que eram lindas, porém um tanto preguiçosas. Uma dia ela pegou uma doença e aos poucos foi deixando de soltar todo aquele perfume. Então todas as folhas, os caules e as companheiras do pé começaram a ficar incomodadas com aquele ar sem o frescor habitual.

-O que aconteceu? Tem algo errado hoje.

- É, algo diferente se passa!

E a florzinha lilás tentava levantar a voz pra dizer:

-Ei, eu estou doente. Olha, apareceram umas pintinhas aqui nas minhas pétalas...

Quem disse que prestavam atenção nela? Nada. E ela ali murchinha, chorando escondida. O rei do pé de manacá então demandou:

-Encontrem o culpado pela falta de cheiro bom em nosso reino!

Foi um burburinho só. E a florzinha só piorando. Não tinha mais forças pra dizer nada. Se mesmo boa os outros não a notavam, imaginem agora toda desmilinguida... Quando estava quase desmaiando, uma lagarta se aproximou e percebeu que um restinho do cheiro bom vinha dali.

-Gente, é aqui. Essa flor é a responsável pela falta do perfume.

-Lilinha! Não era sua missão manter a gente perfumado?

-Era. Mas eu ficava trabalhando aqui sozinha... era muita coisa pra mim.

-Que vergonha, Lilinha! Você nos abandona assim, sem mais nem menos...

- Mas eu não fiz nada de errado. Simplesmente comecei a passar mal. Eu pedi mais água, umas vitaminas, só que ninguém reparou...

-Isso não é motivo para nos deixar na mão, Lilinha. Você ainda é muito nova. Nem embranqueceu ainda...

-Não é motivo, é desmotivo - alguém gritou.

-Foi sem querer. Não sei o que me aconteceu.

-Aconteceu que sua graça acabou. Ninguém aguenta tanta indiferença! - falou uma raiz mais velha.

-Ei, se segura aí! Você vai cair a qualquer momento!

-Não posso mais - disse Lilinha.

-Alguém tem o cartão daquele doutor Caramujo? Dizem que ele é uma lenda viva! Resolve qualquer problema.

-Ah, ele se aposentou... - suspirou alguém desanimado.

A florzinha lilás então despencou da pequena árvore em que vivia. Aquele pé de manacá nunca mais foi o mesmo.

Lá embaixo as formiguinhas vaidosas festejavam a nova mania do formigueiro.

-Gente, esse sachê de manacá que arrumamos é dos melhores, hein? Caiu do céu mesmo!

-Nunca senti um cheiro tão bom!

Dividida em pequenas partes, Lilinha soltou um sorrisinho flutuante no ar. Era a coisa mais querida entre as formiguinhas. Colocaram-na nos cantos dos quartos, da sala, em altares. Era levada aos pequeniques e a todas as festas das formigas. Ninguém se esquecia dela. Quanto mais múmia de florzinha ficava, mais gostavam de Lilinha em pedaços. Magicamente seu perfume voltou por muito tempo mais. Como é bom ter um amor! Mesmo que seja de formiguinha.


Este conto foi retirado do livro de Fernanda Takai: Nunca subestime uma mulherzinha.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Humano, demasiadamente humano...


Esses dias, recebi em meu consultório um colega de profissão já aposentado que buscou atendimento psicológico após indicação médica. O mesmo chegou um tanto sem jeito, dizendo e/ou quase se desculpando, pois apesar de ter trabalhado tantos anos como psicólogo na área da sáude, refere que foi preciso que seu corpo pedisse socorro, para que buscasse ajuda psicológica. E durante seu atendimento, desabafou: "é mais fácil cuidar do outro. Não sei bem como aconteceu isso, mas eu descuidei de mim".
Suas reflexões passearam por várias fases de sua existência, pensou nos modelos aprendidos com seus pais, também nas dificuldades enfrentadas ao longo da vida pessoal e profissional, conseguiu até lembrar de outros momentos em que seu corpo e seu emocional indicavam abusos frequentes e ausência de auto-cuidado. Lembrou das vezes que sorriu ao ouvir de familiares, afetos e pacientes: "Você é psicólogo, deve ser muito feliz".
Entende que foi e ainda é feliz por vários motivos, mas se recente porque segundo o mesmo, perdeu a oportunidade de ter a felicidade que muitos ao lhe procurar e receber ajuda, encontravam... a felicidade de compartilhar e receber o mesmo cuidado e acolhimento que sempre ofertou aos que acompanhou e cuidou. Sabia compartilhar e oferecer todo o cuidado de que necessitavam, mas não sabia... nunca soube, até o dia de hoje, como era compartilhar suas dores e dificuldades. "Sou psicólogo, mas assim como tantas pessoas de quem tive o prazer de cuidar, também esqueci como elas de que sou humano e também sofro".
Para você, colega de profissão e pessoa humana, como também sou... desejo e espero contribuir para que encontre um ou mais caminhos, para essa tal felicidade, que tanto lhe faz falta. Você merece!!!
Abraços fortes...