domingo, 28 de novembro de 2010

"Se um cachorro fosse professor" - Ramiro Rios


Recebi este texto via e-mail da minha mãe e gostei muito! Não é sobre psicologia, como outros já publicados por mim no blog. Porém, vejo como um convite a auto-reflexão e ainda, uma homenagem aos que sabem verdadeiramente cuidar e amar incondicionalmente. Temos sempre muito que aprender com nossos bichinhos. Beijos!!

Se um cachorro fosse professor, você aprenderia coisas assim:

Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.

Nunca perca uma oportunidade de ir passear.

Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.

Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.

Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.

Corra, pule e brinque todos os dias.

Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.

Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.

Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e deite debaixo da sombra de uma árvore.

Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.

Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se sinta culpado...volte e faça as pazes novamente.

Aproveite o prazer de uma longa caminhada.

Alimente-se com gosto e entusiasmo.

Coma só o suficiente.

Seja leal.

Nunca pretenda ser o que você não é.

E o MAIS importante de tudo....

Quando alguém estiver nervoso ou triste,
fique em silêncio, fique por perto e mostre que você está ali para confortar.

A amizade verdadeira não aceita imitações!!!

E NÓS PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE DIZEM SER IRRACIONAL!!!!


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Obrigada a todos!


Obrigada a todos os visitantes e seguidores do blog. Ultrapassamos 2.000 visitas!

Abraços fortes... com carinho, Stella.

Férias desejadas e necessárias!


Peço licença aos leitores do blog, para escrever hoje sobre uma experiência pessoal. Nesta última semana em que me ausentei do blog, estava cuidando um pouco mais de mim... estava usufruindo de momentos de descanso e lazer porque enfim chegaram meus 15 dias de férias.

Semestralmente é assim, fico 2 semanas de férias do ambulatório, hospital e também consultório particular. Me organizo para não deixar nenhum paciente sem a assistência que necessita e também os preparo para minhas férias. Digo a todos que vou ficar um tempinho longe, para cuidar um pouco mais de mim, para voltar e cuidar melhor de todos eles.

É bastante reconfortante o carinho e reconhecimento de todos, quando entendem que a psicóloga deles também precisa se cuidar. Vejo o jeitinho carinhoso de alguns, dizendo que vão sentir saudades. Eu também sempre sinto! Isso porque amo tanto o que faço e tudo que faço envolve afeto e vínculo.

Por isso, o texto de retorno ao blog... vem para dizer que ainda tenho essa semana de férias e estou com saudades! Mas é claro que estou aproveitando bastante... é uma delícia, dormir e não se preocupar com o despertador nos acordando cedo no dia seguinte. Sem dúvida, estou recarregando minhas energias e logo logo... de volta ao trabalho, descansada... mais feliz e pronta para continuar, e para realizar novos projetos que já já devem sair do papel.

Pra vocês... uma fotinho do que andei avistando por aí....

Beijo grande...


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Reflexão do fim do dia

É na vivência das dificuldades que as espécies e os indivíduos evoluem, se modificam e sobrevivem!
Beijos!!

Aviso

Aviso aos seguidores e visitantes do Blog, que durante a próxima semana, estarei afastada do Construindo Sentidos. Vou sentir saudades de passar por aqui e compartilhar com vocês, um pouquinho... das reflexões, do que aprendo em minhas leituras ou através dos e-mails que recebo de pessoas que também gostam de compartilhar, da prática profissional e dos significados diversos que encontro no meu dia a dia.

Quem quiser, pode dar uma olhadinha em postagens mais antigas.

Logo estarei de volta...

Beijos!!

Tristeza - Rubem Alves


Você, que diz que, se pudesse, trocaria seu nome por melancolia, você me pergunta sobre as razões da tristeza. Me pergunta mais: sobre as razões por que há pessoas que se emocionam com coisas pequenas - as outras nem ligam e até riem da sua sensibilidade -, o que lhe dá uma tristeza ainda maior, a tristeza da solidão.

Olhe, há tristezas de dois tipos. Primeiro, são as tristezas diurnas, quando o mundo está iluminado pelo sol. Tristezas para as quais há razões. Fico triste porque o meu cãozinho morreu, porque meu filho está doente, porque crianças esfarrapadas e magras me pedem uma moedinha no semáforo, porque o amor se desfez. Para essas tristezas há razões. Quem não sente essas tristezas está doente e precisaria de terapia para aprender a ficar triste. Tristeza é parte da vida. Ela é reação natural da alma diante da perda de algo que se ama. O mundo está luminoso e claro - mas há algo, uma perda, que faz tudo ficar triste.

Segundo, são as tristezas de crepúsculo. O crepúsculo é triste, naturalmente. Não, não há perda nenhuma. Tudo está certo. Não há razões para ficar triste. A despeito disso, no crepúsculo a gente fica. Talvez porque o crepúsculo seja uma metáfora do que é a vida: a beleza efêmera das cores que vão mergulhando no escuro da noite.

A alma é um cenário. Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca, inundada de alegria. Por vezes, ela é como um pôr de sol, triste e nostálgico. A vida é assim. Mas, se é manhã brilhante o tempo todo, alguma coisa está errada. Tristeza é preciso. A tristeza torna as pessoas mais ternas. Se é crepúsculo o tempo todo, alguma coisa não está bem. Alegria é preciso. Alegria é a chama que dá vontade de viver.

Eu acho que essa tristeza crepuscular é mais que uma perturbação psicológica. Acho que ela tem a ver com a sensibilidade perante a dimensão trágica da vida. A vida é trágica porque tudo o que a gente ama vai mergulhando no rio do tempo.

"Tudo flui, nada permanece". * A vida é feita de perdas. Fiquei comovido, dias atrás, vendo fotos dos meus filhos quando eles eram meninos. Aquele tempo passou. Aquela alegria mergulhou no rio do tempo. Não volta mais. Há assim, um trágico que não está ligado a eventos trágicos. Está ligado à realidade da própria vida. Tudo o que amamos, tudo que é belo, passa.

Mas é precisamente desse sentimento que surge uma coisa maravilhosa, motivo de riqueza espiritual: a arte. Os artistas são feiticeiros que tentam paralisar o crepúsculo. Eternizar o efêmero. Todas as vezes que ouço aquela música ou leio aquele poema, o passado ressuscita. A beleza da arte nasce da tristeza. Se não houvesse tristeza, não haveria arte. Diz o Jobim: "Assim como o poeta só é grande se sofrer...". Certo. Sem tristeza não haveria Cecília, Adélia, Pessoa, Chico, Beethoven, Chopin. A obra de arte ou é para exprimir ou para curar o sofrimento.

Mas há limite. É preciso que a tristeza seja temperada com alegria. Tristeza, só, é muito perigoso. As pessoas começam a desejar morrer. Essa é a razão por que os deprimidos querem dormir o tempo todo. O dormir é uma morte reversível.

Quando a gente está com dor de cabeça, toma aspirina sem vergonha alguma. Quando a gente está com dor de alma, tristeza, algum remédio é preciso - para não querer morrer, para voltar a ter alegria.

Uma ajuda para a tristeza é conversar. Para isso é preciso ter alguém que escute, que entenda a tristeza. Muitas pessoas procuram terapia para isso: não porque sejam doentes mentais, mas porque precisam compartilhar sua tristeza com alguém que conheça a luz crepuscular.


Rubem Alves


*(Citação de Heráclito de Éfeso)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Crenças positivas e crenças negativas


Todos nós, seres humanos, aprendemos desde o nascimento, informações sobre o mundo que nos cerca, sobre as relações que desenvolvemos, sobre moral e costumes, sobre o que é certo e errado, e continuamos aprendendo ao longo da vida.

Aprendemos através das orientações e também pela ausência delas, que somos aprendizes e que nossas atitudes ou escolhas, podem ter consequências boas ou ruins, em nossas vidas e na vida de outras pessoas também.

Posso dizer que inúmeras vezes, já ouvi pessoas dizendo que adorariam voltar no tempo, para evitar a experiência dolorosa, após uma atitude impensada ou pelos erros do passado.

Nós seres humanos, apresentamos grande dificuldade quando diante dos erros ou sofrimento, não conseguimos buscar na experiência a oportunidade do aprendizado, para a mudança de atitudes, pensamentos e sentimentos.

Vive-se a espera de algo que indique o caminho para os acertos, para a felicidade plena. "É errando que se aprende." Esta frase é tão usual e infelizmente, ainda tão pouco incorporada na vida dos indivíduos.

Crenças negativas, podem tornar um gesto simples em algo impossível de se alcançar. Crenças positivas, não desconsideram às dificuldades, mas fortalecem o ser com a esperança de que precisa, para construir um novo começo, uma nova história. Dias melhores são possíveis quando a vida é construída através de conquistas e aprendizado.

Beijos e abraços...

sábado, 6 de novembro de 2010

Mães e Pais de UTI Neonatal


"O tempo pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração” (Rubem Alves)


Trabalhar no cuidado de mães e pais de UTI Neonatal é vivenciar o nascimento ou construção da mais sublime forma de amor... o amor incondicional. Amar e estar ao lado de seus filhos ainda tão prematuros ou que durante a gestação já demonstravam que precisariam de cuidados especiais. Sabemos que nem sempre é assim, principalmente em casos de gravidez de risco, muitas crianças ao nascer enfrentam a necessidade de hospitalização na UTI e a realidade do risco de morte.

Mães e Pais de UTI necessitam ser cuidados tanto quanto seus bebês! O tempo de permanência de um recém-nascido na UTI Neonatal pode ser bastante longo e repleto de ambivalências. Ora se comemora uma resposta de melhora, ora se experiencia a dor e as incertezas de que seu filho se mantenha bem.

Pais e mães de UTI anseiam pela alta e a possibilidade de sair do hospital, levando seus filhos nos braços. O tempo de espera é cruel, provocando o desgaste físico e emocional desses indivíduos que sentem, choram, sofrem e buscam diariamente na fé e esperança, a força para continuarem lutando junto a seus filhos pela vida.... por amor!

Aos pais e mães de UTIs expresso minha profunda admiração e respeito. Com vocês aprendo que as relações de afeto e amor são baseadas no tempo do coração e talvez por isso, este tempo resiste e não se esgota.

Abraços fortes...


Para consulta:
http://www.institutoabrace.org.br/index.asp

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Morte emocional e morte física


Todos os dias encontro pessoas, cada um com sua história de vida passada e presente, com seus desejos reprimidos e realizados, com suas vitórias e suas dores.

Todos os dias, recebo pessoas em busca de uma razão para viver, resistindo às dificuldades para continuarem sua luta diária. Seja por qual razão, o que mais desejam é encontrar um motivo para seguir adiante.

Não posso e não acredito que seja possível mensurar quais dessas pessoas sofreram ou perderam mais em suas vidas.

Todos os dias, aprendo que o não existir é doloroso demais para os que sofrem e se percebem mortos em vida ou extremamente insatisfeitos e infelizes; também, para os que vivem a dura realidade de uma enfermidade que os aproxima da morte do corpo.

Estar vivo e não sentir-se vivo. Estar enfermo e sentir-se morrendo, apesar dos anseios e sonhos não realizados. Quanta dor se observa nessas duas vivências!

Todos os dias escuto pessoas em grande sofrimento... todas elas anseiam viver. Até hoje os pacientes que atendi e que no momento de desespero ansiavam pela morte, expressavam o desejo de não sofrer mais e ansiavam por viver sem tanta dor.

Viver é o que todos desejam... se de alguma forma se está aprisionado pelas dificuldades ou pelo adoecimento, é necessário buscar ajuda profissional, porque a falta de cuidado com nossa saúde emocional e física, é a maior causa dos adoecimentos.. principalmente daqueles que acarretam em morte da alma ou emocional e morte do corpo.

Pensem nisso!
Abraços fortes...