sexta-feira, 27 de maio de 2011

Presente de uma paciente


Recebi um presente de uma paciente muito querida ... uma carta. Foi uma surpresa, encontrá-la no corredor do ambulatório, me procurando para dizer que havia remarcado seu atendimento comigo, por causa da sua quimioterapia. Depois disso, retirou da bolsa um embrulho e uma carta que estava presa nele, me entregou dizendo que tinha essa carta. Ela estava com pressa, se despediu e nem me viu abrindo o embrulho e lendo o que escreveu, recebeu meu abraço e foi embora. Ao voltar para a minha sala, pude abri-lo e li sua carta. Gostei do presente e me emocionei muito com o que ela me escreveu.

Não tenho vergonha de dizer que chorei de emoção e alegria pelo que li. Era uma carta de agradecimento, de um ser humano que está lutando contra o Câncer para viver. Essa pessoa é uma lutadora, durante toda sua vida, enfrentou muito sofrimento e sempre... sozinha.

Sua depressão teve início provavelmente na infância, decorrente do sofrimento e de tantas perdas vividas, mas essa depressão nunca foi identificada e tratada. Esta pessoa que foi se acostumando a ser sozinha, viveu acompanhada da depressão, que se misturava ao seu modo de ser e viver. Desde o princípio do diagnóstico psicológico, foi resistente ao uso de medicação e quando orientei sobre a depressão estar se agravando e comprometendo sua aderência ao tratamento para o câncer, sentiu-se desvalorizada e entendeu que eu e sua médica, não reconhecíamos seu esforço para se tratar.  Expliquei que os sintomas se agravavam e que podiam até mesmo, impedí-la de sair de casa para ir a terapia ou realizar sua quimioterapia.

No atendimento seguinte após 3 semanas, voltou com um sorriso no rosto e timidamente me disse que havia começado a tomar a medicação e que agora entendia o que eu estava lhe dizendo. Que aquela tristeza não era ela, disse que agora sabia que eu me importava e gostava dela. Foi emocionante, ver aquela pessoa dizendo que estava começando a se sentir melhor e que agora lutava contra o câncer, sem sofrer emocionalmente como antes.

Trago aqui, um trecho desta carta que recebi de presente, uma carta que expressa verdade.. enfrentamento... superação e sentidos:

"O que nos faz levantar da cama? São nossos ideais, nossos objetivos. Aquilo que dá sentido para a nossa vida, independente do nosso estado de ânimo, sentimento e condições físicas. Em resumo, o sentido que damos para nossa vida, depende dos nossos ideais e das tarefas, na realização dessas tarefas, podemos ter fracassos. Sabemos muito bem que os fracassos nos acompanham sempre e nos fazem sofrer. Sentimos dor por eles. E para descobrirmos o sentido da dor, precisamos da psicóloga, que nos resgata dos fracassos e da depressão, e não permite que nos amarguremos na dor. (...) você me ensinou a encontrar a paz e também a perceber que é maravilhoso viver!!"

Agradeço a ela pela confiança, por me permitir saber a respeito de sua vida e de seu sofrimento, por me deixar ajudá-la. A melhora de um paciente ocorre quando o mesmo participa de seu tratamento, quando ele se compromete e se dedica para sua melhora. A medicação é utilizada quando a dor emocional é tão forte que, paraliza e compromete a reflexão, impedindo a mudança de pensamentos, sentimentos e atitudes; comprometendo a qualidade de vida e o autocuidado. Medicação é PARTE de um tratamento, NUNCA será SOLUÇÃO para essa dor. A terapia complementa o tratamento para a depressão, porque trata das causas e sofrimentos emocionais. Remédio combate apenas sintoma.

Como eu disse, ela é uma pessoa querida ... sei que vou sentir saudades quando a mesma puder receber alta do tratamento psicológico. Juntas vamos comemorar este momento e o resgate de sua saúde emocional, também de novos sentidos para viver.

Abraços fortes e beijo no coração de todos!!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um novo caminho

"Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas."

(Friedrich Nietzsche)


Hoje atendi uma pessoa que pela primeira vez em terapia e na vida, conseguiu dizer que se sente sozinha porque não tem ninguém que olhe para sua dor e lhe ofereça ajuda ou cuidado. Reconhece que as pessoas se acomodaram, na realidade, ela mesma sabe que também foi responsável pelo papel que assumiu nas relações com amigos e familiares.

Relação sem trocas, papel de quem sempre assumiu o lugar de quem cuida e pouco ou nunca, recebeu de volta a mesma dedicação ou carinho. Para ela, as pessoas começaram a se afastar quando se cansou, cansou de ser sempre aquela quem resolvia os conflitos e nunca dizia não para as dores e necessidades do outro. Cansou... porque ser permissiva demais lhe custou seu equilíbrio, sua saúde.

 Essa pessoa ainda não encontrou um novo modo de ser e existir no mundo, para dizer o que sente e necessita, sem receber ausência e distanciamento de volta. A agressividade ou impulsividade de suas palavras e sentimentos reprimidos, hoje não são mais guardados, saem facilmente de sua boca... dizem sobre a dor de quem não está sendo ouvida por ninguém, nem por si mesma.

Hoje se iniciou um processo de mudança... costumo dizer que para mudarmos algo, primeiro é importante reconhecer a necessidade de mudança, só assim se busca um novo caminho.

Abraços fortes... 



domingo, 22 de maio de 2011

Para refletir...

Ser forte não significa não sentir, da mesma forma que sentir não significa ser fraco.


Abraços fortes...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sentir e sofrer diante das perdas


Algumas pessoas se surpreendem ao saber que me especializei para cuidar de pessoas que vivenciaram grandes perdas ou lutos. Já ouvi diversas vezes: você estudou para trabalhar com perdas?! Existe especialização em luto? Existe sim. Sempre respondo com um sorriso.

Apesar de sabermos que perder faz parte do processo de viver e que a morte é uma das grandes certezas que o homem tem sobre a sua própria vida. É importante nos prepararmos para lidar com nossas perdas, sejam elas necessárias, decorrentes de nossas escolhas; ou ainda, aquelas que são inevitáveis. Viver, morrer e perder faz parte da existência de todo Ser desde o seu nascimento.

Atendo diariamente indivíduos que vivenciam diversos tipos de perdas, cada um sabe da sua dor e das dificuldades que enfrentam diante da vida e do inevitável. Costumo dizer que é impossível não sofrer quando se perde alguém ou algo importante, e tão valioso. Só não se sente a perda do que nunca foi importante!

São tantas dores... e não existe dor maior ou dor menor, o sofrimento é subjetivo, particular e único, ninguém pode estimar o que significa para essa ou aquela pessoa, o seu sofrimento pela sua perda.

Muitas são as dores...
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A dor de uma criança que perdeu a segurança de seu lar, depois que seus pais iniciaram uma disputa com discussões a respeito de seus conflitos, envolvendo a criança nesta briga constante por medir forças, no momento de separação do casal, com agressões verbais e físicas.

A dor de uma mulher ou de um homem que perdeu a confiança em seu parceiro (a), após a descoberta de uma traição conjugal.

A dor de um indivíduo jovem que adoeceu gravemente e perdeu seus sonhos para o futuro, perdeu a segurança e o controle sobre sua própria vida,  perdeu também a esperança de dias melhores.

A dor de um idoso que perdeu sua autonomia ao envelhecer e tornou-se dependente do cuidado de outras pessoas, sentindo-se improdutivo e sem razão para viver.

A dor de quem viveu o luto pela perda de alguém muito amado, de um cônjuge; um filho; dos pais, de um irmão ou amigo. O luto de quem perdeu alguém e perdeu também a possibilidade de reparar desafetos ou mágoas. A dor de quem viveu o luto por alguém que teve uma morte acidental ou violenta.

A dor de quem viveu um luto não reconhecido, que por isso foi reprimido ou adiado. Freqüentemente este tipo de luto é vivido por indivíduos homossexuais, que viveram uma relação conjugal ou amorosa sem que ninguém soubesse e que ao perder seu (sua) parceiro (a), não são reconhecidos como enlutados e escondem a dor.
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A dor de quem perdeu... seja qual for a perda, merece respeito e cuidado. Todos teremos que vivenciar muitas perdas ao longo de nossa existência. Me perguntaram se é possível se preparar para determinadas perdas, respondo que sim. E digo que estar preparado não significa deixar de sentir a DOR. Se preparar é se fortalecer, encontrar recursos emocionais internos, que ajudem no enfrentamento e permitam que o indivíduo não seja consumido pela dor e adoeça.

Cuide-se, busque ajuda se necessário, enfrente e resolva suas dores e/ou perdas. Nenhum conflito, pendência ou dor emocional se resolve esperando que o tempo passe... dor adiada e não cuidada, é dor que cresce e faz o indivíduo sofrer. Dor emocional não resolvida, vira doença e se transforma em mais perdas.

Abraços fortes...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Semana passada, escrevi um textinho com o título "Força na Peruca" e ele desapareceu por causa de algum problema no Blogger, a mesma coisa aconteceu com os últimos comentários. Não reescrevi ou publiquei outro texto, por causa da correria e porque desde a semana passada, estou suuuupeeerrrr gripada... hoje cheguei do trabalho e a única coisa que consigo fazer é tomar um remédio e ir direto pra cama.

Logo logo reapareço... beijo grande... obrigada pelas visitas que já ultrapassaram 9.000 e fico feliz por termos novos seguidores também!!

Até mais para todos!!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mãe


Como definir esta mulher que ao gerar ou criar um filho, passa a ser chamada e identificada como mãe, que vivencia um processo de transformação pessoal, para tornar-se dia a dia um ser diferente, especial, capaz de amar incondicionalmente um outro ser que identifica como parte ou continuação de si mesma... MÃE.

Conheci, cuidei, e cuido de muitas mamães... todas elas de inúmeras formas, definem mãe através do que sentem ou fazem por seus filhos. Através de seus olhares, palavras e sentimentos, descrevo para vocês, um pouco do que representa para essas mulheres... Ser mãe.

"Mãe é mãe, ninguém conhece meu filho como eu"

"Mãe não guarda mágoa, aceita o filho como ele é"

"Mãe faz tudo pelo filho, a dor que ele sente é nossa também, é uma dor tão grande que chega a faltar o ar"

"Mãe não desiste de um filho, luto junto com ele, nunca vou deixar de lutar pelo meu filho"

"Mãe quando perde um filho, morre junto. Não existe dor maior do que a da perda de um filho. Queria sentir ele junto de mim outra vez, pensei que fosse enlouquecer"

"Eu sei que sou mãe deles, minha mãe não vai ser responsável por eles, eu que vou. Meus filhos são tudo pra mim"

"Mãe não é importante só no dia das mães, todo dia é dia das mães"

"Eu passo a necessidade que for para dar a minha filha o que ela precisa, eu já passei fome, mas ela não vai ficar sem o que ela precisa"

"Ele agora me chama de mãe.. mãe... mãe... é lindo"

"Os médicos disseram que minha filha não ia viver muito, mas eu acreditei nela, sempre acreditei e ela continua com a gente"

"Eu enfrento o que for pelo meu filho, vou lá e falo quantas vezes for necessário, para que cuidem bem do meu filho"


Mãe cuida e também necessita de cuidado, porém nem sempre os filhos retribuem o que receberam.

Já atendi mulheres que não tiveram suas mães presentes, no momento do nascimento de seus filhos, porque faleceram há muito tempo. A ausência de mãe neste momento tão importante na vida de muitas mulheres, deixa uma imensa lacuna.  Sentem falta de suas mães para lhes ensinarem a cuidar de seus filhos. 

Mães fazem muita falta quando estão ausentes, seja por qual for o motivo desta ausência, em momentos bons ou difíceis,  mãe é aquela que protege e que dá segurança. Seja qual for a sua idade, quando o vínculo com a figura materna é forte e saudável, é  nela que buscará apoio e cuidado, carinho, proteção e orientação.

Concordo que TODO dia é dia das mães porque para elas, TODO dia é dia de SER mãe para seus filhos. Mães de filhos gerados no ventre ou no coração, mães adolescentes, mães adultas e mães idosas... mães casadas, mães solteiras, mães divorciadas e mães enlutadas... mães de crianças prematuras e hospitalizadas em UTIs, mães de crianças com patologias crônicas, mães de crianças saudáveis... mães de crianças, adolescentes e adultos em sofrimento, mães de filhos bem sucedidos ... mães de filhos desaparecidos, mães de filhos que lhes causam muito sofrimento... mães, sempre mães...


Para a minha mãe, que me ensinou e orientou para que eu me tornasse a pessoa que sou hoje, eu digo hoje e sempre, que sou muito grata a Deus por você existir e apesar da distância, você está sempre comigo... nosso amor nos faz presente na vida da outra. Amo você... saudades!!! 

 Abraços fortes para TODAS as mamães e seus queridos filhos...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Crianças



"MUITO ESCUTEI na infância: Criança não pensa.

Criança pensa. Mas faz também algo mais importante, que amadurecendo desaprendemos: ela é. Contemplando uma mancha na parede, um inseto no capim ou a revelação de uma rosa, ela não está apenas olhando. Está sendo tudo isso em que se concentra. Ela é besouro, a figura na parede, ela é a flor, o vento e o silêncio.

Da mesma forma ela é a frieza ou a angústia dos adultos, sua superficialidade e frieza ou seu amor verdadeiro.

E precisa que às vezes a deixem quieta, sem exigir que a toda hora se mexa, corra, fale, brinque, como se contemplação fosse doença.

A criança imersa em seu ambiente participa de um processo maior do que ela, no qual desabrocha com pouca consciência. Porém ela tem algo mais valioso do que consciência: tem intuição de tudo, tem o saber inocente.

Perderemos essa sabedoria da inocência na medida em que formos domesticados, necessariamente encaixados na realidade em torno.

Queiram os deuses que neste processo de domesticação a gente consiga preservar a capacidade de sonhar. Pois a utopia será o terreno da nossa liberdade. Ou acabaremos como focas treinadas cumprindo corretamente nossas tarefas, mas soterrando aquilo que chamamos psique, eu, self ou simplesmente alma. Seremos roídos pela futilidade, tão mortal quanto a pior doença: ataca a alma, deixando-a porosa e quebradiça como certos esqueletos.

A alma com osteoporose.

Uma criança é sobretudo a sua própria dimensão na qual o tempo, os aromas e as texturas, as presenças e emoções são a sua realidade peculiar."

*Trecho retirado do Livro "Perdas e Ganhos" - autora: Lya Luft.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Morte e Cuidados Paliativos: Momento de Despedidas



Hoje recebi no ambulatório, a filha de um paciente muito querido, que aos 80 anos, encontra-se em Cuidados Paliativos por um Câncer de pulmão com Metástase hepática. O paciente e sua filha estão há quase um ano e meio em acompanhamento psicológico. Juntos lutaram por uma sobrevida mais digna e qualidade de vida para o paciente.

 Este meu querido paciente, sempre carregou dentro de si, um desejo de viver grandioso e verdadeiro. Confesso que me entristeci quando vi sua filha chegando sozinha, me dizendo que ele já não conseguia vir ao ambulatório.

Eu sabia que este momento chegaria e que eu sentiria sua perda. Durante o tempo em que pude atendê-lo, recebi grandes ensinamentos. Um deles foi o de que não importa qual for a sua dificuldade, quando se tem o desejo de vencê-la, devemos SEMPRE tentar.

Estou triste por saber que ele está na fase terminal da doença, mas sei que ele conseguiu o que poucos conseguem. Ele resolveu suas pendências emocionais, conseguiu ter qualidade de vida apesar do adoecimento e tem a possibilidade de partir em paz.

Quanto a filha, consigo entender a ambivalência de sentimentos e a dor de perder alguém tão importante. Depois de acompanhá-lo durante sua luta e em todo sofrimento, esta filha contendo suas lágrimas, me disse que não quer vê-lo sofrer mais.

 Através do acompanhamento psicológico, paciente e filha se prepararam para a partida e estão neste momento despedindo-se, ambos sentem a perda. No último atendimento, o paciente falou a respeito de sua angústia de morte e do que desejava realizar, antes de morrer. Hoje sua filha, falou de seu sentimento de impotência e do desejo de dizer ao seu pai, algumas palavras e sentimentos guardados. A despedida ocorre para cada um a seu modo.

Neste momento é importante respeitar o indivíduo doente, perguntando a ele o que deseja e de que forma, você poderá ajudá-lo. Para ser generoso no cuidado de quem está partindo, é necessário perceber se você tem condições emocionais para estar ao seu lado. Mesmo existindo amor, nem sempre se consegue estar junto nesta hora.

 Já presenciei familiares que não aceitam a morte e cobram do paciente que ele continue lutando, mesmo quando não existe mais possibilidade curativa ou de prolongamento da vida. Outros familiares, demonstram-se desesperados, exigindo que o indivíduo doente aceite sua morte e nem sempre o paciente está preparado ou em condições para isso. Nestes casos, o paciente se nega a falar a respeito da doença ou iminência de morte. 

O acompanhamento psicológico para pacientes em Cuidados Paliativos e seus familiares ou cuidadores, é de extrema importância. Trabalhar com cuidados paliativos é cuidar de quem vive a dor, estando atento às particularidades de cada envolvido. É atender e acolher essas dificuldades para favorecer assim a desvinculação, para que o paciente vivencie a boa morte e para que o familiar se despeça, dizendo o que antes da iminência de morte, talvez nunca tenha sido permitido.

Muitas vezes não se consegue EVITAR a morte, mas desde que o paciente e cuidador se permitam, SEMPRE é possível CUIDAR para que a morte ocorra de forma digna e para que a família consiga enfrentar a perda. O acompanhamento psicológico previne processos de LUTOS que geram adoecimento para os enlutados e/ou lutos complicados (patológicos).

Já sinto saudades...

Abraços fortes...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Autoconhecimento e autocuidado


Autoconhecimento significa buscar conhecimento a respeito de si mesmo, nas relações com o mundo externo e consigo mesmo. Para adquirir conhecimento sobre nós mesmos,  buscamos contato com nossas origens. De onde viemos, quem é parte de nós, quem nos gerou, os ensinamentos e valores adquiridos através dos modelos de segurança e afeto em nossas vidas; e claro, sobre as ausências vivenciadas desde nossa chegada ao mundo.

Conhecer melhor a si mesmo, favorece o desenvolvimento de relações afetivas saudáveis, pautadas no cuidado; respeito; carinho e atenção, necessidades de todo e qualquer ser humano. Nós desejamos receber cuidado, mas nem sempre nos dedicamos, o mesmo cuidado dispensado ao outro. Hoje encontrei no corredor do ambulatório, uma outra profissional com quem trabalho, que me olhou e já foi dizendo: quando você vai cuidar de nós? Abracei essa pessoa que admiro bastante, pela dedicação e cuidado com que se dedica aos seus pacientes e lhe dei a atenção desejada, para que desabafasse. Ouvi da mesma que precisou no fim de semana, dizer que não estaria disponível como sempre, porque precisava de um tempo junto de seu marido. Ela me disse assim: "Stella é tanta gente precisando de mim e eu to sentindo na pele o que é o estresse da sobrecarga, não é só no trabalho, em casa, nas relações em família." Falamos a respeito e em poucos minutos, ouvi a mesma pessoa dizendo que estava sendo muito permissiva, que precisava se dedicar mais às suas necessidades e não só a preocupação e/ou necessidade dos outros.

Estar atento as nossas necessidades é aprender a cuidar melhor de quem somos! Quem cuida bem de si mesmo, cuida melhor de quem ama. Um dia um paciente do consultório, me disse assim: "eu pensei que fosse deixar de ser eu, só porque estou fazendo terapia." Na realidade, hoje ele compreende que estava deixando de ser ele, ANTES de fazer terapia. Hoje ele demonstra ter conhecimento a respeito de si mesmo e das pessoas com quem se relaciona (família, esposa, amigos), deixou de ser tão crítico consigo mesmo e com as pessoas, não é mais tão descuidado e se considera mais fortalecido para enfrentar as dificuldades que a vida sempre traz. Considera que o autoconhecimento fez dele um ser humano melhor, mais sensível e consciente da necessidade de cuidar de si e de cuidar de quem ama.

Quem não se cuida, projeta no outro o cuidado que lhe falta, exigindo demais das pessoas, vivendo sempre insatisfeito ou em débito consigo mesmo.

Pense na sua vida e na forma como tem vivido. Pense se lhe é suficiente o conhecimento que tem a respeito de si mesmo. Busque ajuda psicológica se necessário e seja muito feliz!!

Abraços fortes...

"O verdadeiro conhecimento vem de dentro."
(Sócrates)

domingo, 1 de maio de 2011

Foi assim...


Olá... vim apenas para avisá-los que estive ausente na semana passada porque meu dia a dia que normalmente é bem corrido... parece que dobrou na última semana. Senti falta de estar aqui, mas não conseguia forças para fazer mais nada no fim do dia, só queria mesmo descansar para recomeçar no dia seguinte.

Esta semana deve ser corrida, porém menos intensa. Assim espero! E então, volto a escrever no Construindo.

Beijo grande.. ótimo domingo para vocês!!