Cuidados Paliativos ocorre quando o tratamento deixa de ser curativo pela gravidade da doença e passa a ter como objetivo a qualidade de vida e o aumento do tempo de vida dos sujeitos.
Trabalhar com cuidados paliativos é cuidar de quem vive a dor, estando atento às particularidades de cada envolvido. É atender e acolher essas dificuldades para favorecer assim a desvinculação, para que o paciente vivencie a boa morte e para que o familiar se despeça, dizendo o que antes da iminência de morte, talvez nunca tenha sido permitido.
Trabalhar com cuidados paliativos é respeitar os sujeitos pacientes e os sujeitos familiares que vivenciam o adoecimento e uma situação de vida que não pode ser evitada, vivenciam a aproximação de uma morte anunciada. Desde o nascimento, vivenciamos diversas perdas, porém não é frequente o diálogo sobre o término ou desapego nas relações de amor e/ou dos vínculos afetivos.
A proximidade da morte rompe a falsa segurança de que somos seres inatingíveis.
Desperta profundas reflexões sobre como temos vivido nossas vidas.
Favorece a ressignificação ou descoberta de novos sentidos para a vida, sentidos que muitas vezes são adiados ou reprimidos.
Os conflitos pessoais promovem sofrimento pelo esgotamento do tempo, tempo para começar, recomeçar ou dar continuidade ao seu bem viver.
A pessoa gravemente enferma e seus familiares vivem um processo de intensas e sucessivas perdas, tais como:
Perda da saúde;
Perda dos planos para o presente e futuro;
Perda dos papéis anteriormente exercidos no grupo familiar e sociedade;
Perda da autonomia, Independência, Identidade;
Perdas financeiras;
Perda no relacionamento com amigos, familiares, amores;
Perdas pela alteração da imagem corporal, físicas e funcionais;
Entre outras perdas...
As doenças emocionais e físicas chegam para o ser em todas as idades ou fases da vida, para nos relembrar da importância de preservarmos nossa saúde, para que então o adoecimento não chegue e permaneça, como aquela visita indesejada, que chega sem avisar e que demora ou não quer mais ir embora.
Hoje ouvi um paciente dizendo que a doença não o impediu de viver; pelo contrário, foi depois de adoecer que aprendeu a dar valor ao que realmente importa, que começou a viver sem deixar que as pendências se acumulassem, disse assim... "o hoje me pertence, o amanhã eu não sei, mas no que depender de mim, prometo me dedicar intensamente e vou viver tudo que tiver direito, tudo que for possível e vou fazer hoje, amanhã eu já não sei".
Para finalizar o texto, deixo uma reflexão e abraços fortes.. daqueles apertados, carregado de afeto. Desejo que VOCÊ que está em tratamento paliativo ou que é familiar de alguém que vivencie esta realidade, que VOCÊS vivam plenamente e se dediquem a melhorar o que ainda não lhe faz bem. Esteja doente ou não, podemos cuidar e produzir felicidade em nossas vidas... ao invés de dor... desejo a todos.. o melhor!!
“No entardecer de nossa vida queremos esperançosamente ter a oportunidade de recordar e dizer – Valeu a pena, realmente vivi”
(Elisabeth Kübler-Ross)
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