Ontem assisti uma colega de profissão, apresentando uma pesquisa sobre resiliência. Para quem não sabe o que significa, trata-se "da capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas" (Fonte: Wikipedia).
Hoje no consultório, atendi uma paciente bastante querida, exemplo de ser humano que conquistou através do enfrentamento de diversas dificuldades, o privilégio de dizer: - “Apesar de tudo que sofri e me fizeram sofrer, sou feliz, muito feliz.”
Uma senhora, que na já infância vivenciou grandes dificuldades. Esteve próxima do fim da vida aos 9 anos e refere que desejou muito viver, por isso pediu a Deus que lhe poupasse.
Cresceu como parte de uma família em que seus genitores eram pessoas sem escolaridade e batalhadores. Descreve uma relação familiar permeada de muitas cobranças. Desde criança, aprendeu a ter responsabilidades de adulto, contribuindo com o sustento da casa. Pouco recebeu de demonstração de afeto e/ou carinho. Porém, não fugiu às responsabilidades e cumpriu com o papel que lhe foi dado pela família.
Casou-se aos 17 anos, considera que foi um casamento precoce. E apesar das dificuldades, viveu para seu esposo e seus 4 filhos. Viveu ainda, o desafio de muitos anos sofrendo com situações vexatórias e de desvalorização. Foi tratada assim, por pessoas que descontentes com suas vidas, transferiram para a mesma, todos os sentimentos negativos que carregavam. Sentiu-se muitas vezes humilhada.
Vivenciou sucessivas perdas, considera como as mais difíceis, as perdas afetivas pela morte de sua filha ainda adolescente e acometida por doença grave e fora de possibilidades curativas; e há 7 anos, do cônjuge.
O que se destaca nesta paciente, é o modo de enfrentamento com que a mesma vivenciou todas as dificuldades. Em nenhum momento, desconsidera suas dores; porém, consegue destacar tudo que conseguiu; seu crescimento pessoal, as respostas dadas ao sofrimento e a conseqüência delas em sua vida. “Sou feliz. As pessoas estranham minha felicidade e eu só digo que não vou viver lamentando, pra quê se isso não resolve?”
Essa paciente reconhece e expressa sua dor, principalmente diante dos rompimentos e perdas. Mas realizou e como realizou! Viveu e vive intensamente cada dia de sua vida! Tem uma vivacidade invejável. Um amor pela vida... autêntico, verdadeiro. Diz com toda a sabedoria conquistada, que faz a sua parte e não tem porquê não perdoar quem lhe fez mal, principalmente porque aprendeu a dizer tudo que sente e a não guardar mais nada.
Ela fala e faz o que precisa para ser feliz. Mesmo que o outro não aceite sua alegria ou perceba seu cuidado, continua por aí espalhando alegria e bom exemplo, de que felicidade boa é aquela que conquistamos. A felicidade “esperada”, é a que nunca chega ou se concretiza.
Beijo grande... ótima semana para todos vocês!!!
Hoje no consultório, atendi uma paciente bastante querida, exemplo de ser humano que conquistou através do enfrentamento de diversas dificuldades, o privilégio de dizer: - “Apesar de tudo que sofri e me fizeram sofrer, sou feliz, muito feliz.”
Uma senhora, que na já infância vivenciou grandes dificuldades. Esteve próxima do fim da vida aos 9 anos e refere que desejou muito viver, por isso pediu a Deus que lhe poupasse.
Cresceu como parte de uma família em que seus genitores eram pessoas sem escolaridade e batalhadores. Descreve uma relação familiar permeada de muitas cobranças. Desde criança, aprendeu a ter responsabilidades de adulto, contribuindo com o sustento da casa. Pouco recebeu de demonstração de afeto e/ou carinho. Porém, não fugiu às responsabilidades e cumpriu com o papel que lhe foi dado pela família.
Casou-se aos 17 anos, considera que foi um casamento precoce. E apesar das dificuldades, viveu para seu esposo e seus 4 filhos. Viveu ainda, o desafio de muitos anos sofrendo com situações vexatórias e de desvalorização. Foi tratada assim, por pessoas que descontentes com suas vidas, transferiram para a mesma, todos os sentimentos negativos que carregavam. Sentiu-se muitas vezes humilhada.
Vivenciou sucessivas perdas, considera como as mais difíceis, as perdas afetivas pela morte de sua filha ainda adolescente e acometida por doença grave e fora de possibilidades curativas; e há 7 anos, do cônjuge.
O que se destaca nesta paciente, é o modo de enfrentamento com que a mesma vivenciou todas as dificuldades. Em nenhum momento, desconsidera suas dores; porém, consegue destacar tudo que conseguiu; seu crescimento pessoal, as respostas dadas ao sofrimento e a conseqüência delas em sua vida. “Sou feliz. As pessoas estranham minha felicidade e eu só digo que não vou viver lamentando, pra quê se isso não resolve?”
Essa paciente reconhece e expressa sua dor, principalmente diante dos rompimentos e perdas. Mas realizou e como realizou! Viveu e vive intensamente cada dia de sua vida! Tem uma vivacidade invejável. Um amor pela vida... autêntico, verdadeiro. Diz com toda a sabedoria conquistada, que faz a sua parte e não tem porquê não perdoar quem lhe fez mal, principalmente porque aprendeu a dizer tudo que sente e a não guardar mais nada.
Ela fala e faz o que precisa para ser feliz. Mesmo que o outro não aceite sua alegria ou perceba seu cuidado, continua por aí espalhando alegria e bom exemplo, de que felicidade boa é aquela que conquistamos. A felicidade “esperada”, é a que nunca chega ou se concretiza.
Beijo grande... ótima semana para todos vocês!!!
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"O importante não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós."
(JEAN PAUL SARTRE )
Tudo ganha mais sentido quando observamos determinado assunto, ou objeto, ou situação, com olhos atentos e de alma aberta. Seja lendo, escutando ou tocando, toda forma de construir sentido, se bem empregada, nos impulsiona ao desenvolvimento pessoal, ao autoconhecimento.
ResponderExcluirQuando tirei o véu dos meus olhos para muitas verdades internas e deixei que a terapia, em mim, fizesse sentido, pude perceber o quão pouco sabia a respeito de mim mesmo. E o quão pouco sabia do papel que o outro representava em minha vida. Quando entrei nesse espaço e li tudo o que escreveu com olhos de quem vê pela primeira vez e sem pré-conceito, pude entender o quanto palavras ditas, a princípio, sem muita pretensão podem tocar fundo nossa alma e nos despertar sentimentos inimagináveis.
Parabéns pelo espaço, gosto muito daqui. Torço para que continue escrevendo e ajudando as pessoas que frequentam o blog.
Anônimo, muito obrigada por compartilhar de seus pensamentos e sentimentos. Obrigada pela delicadeza de suas palavras e pelo incentivo, para que este espaço cresça e dê bons frutos.
ResponderExcluirPosso dizer que compartilho deste mesmo desejo! Acredito que não só as minhas postagens, mas também comentários como o seu, que falem a respeito do que fez sentido (para cada um) naquilo que foi colocado por mim e sobre o que também não fez. Lembrando que as leituras que fazemos, o modo de ver e sentir de cada um é único e valioso, bastante valioso!
Espero que se desejar, compartilhe mais vezes de suas reflexões e vivências.
Um forte abraço!