Vida e morte fazem parte do processo de viver para todo ser vivo a partir do seu nascimento. No entanto, ainda hoje a morte é interpretada como uma grande ameaça, causadora de medo e angústia, principalmente em adultos. São estes mesmos adultos os responsáveis pela formação de ideias para a criança, que aprende com os modelos parentais as noções sobre a vida, a morte e o mundo que nos cerca.
Dessa maneira, a morte quando entendida como parte do ciclo vital, produz no ser a compreensão de que o morrer faz parte da existência, assim como o seu início e fim. Do contrário, a morte passa a ser evitada e não falada, os lutos são adiados, o que aumenta a probabilidade desses lutos não elaborados ocasionarem patologias em crianças e adultos.
Antigamente a morte ocorria no ambiente familiar, onde os rituais de despedida ocorriam de forma natural e o falecido era velado pela família e amigos muitas vezes na sala de casa. As pessoas conseguiam se despedir através das últimas palavras ditas ao familiar adoecido, ao segurar sua mão durante sua morte, oravam e davam o último adeus. Atualmente com os avanços tecnológicos, a morte está sendo cada vez mais adiada e o local da morte, passa a ser o ambiente hospitalar; os asilos para idosos e casas de saúde. Longe dos olhos dos familiares e principalmente, das crianças.
Dessa maneira, a morte quando entendida como parte do ciclo vital, produz no ser a compreensão de que o morrer faz parte da existência, assim como o seu início e fim. Do contrário, a morte passa a ser evitada e não falada, os lutos são adiados, o que aumenta a probabilidade desses lutos não elaborados ocasionarem patologias em crianças e adultos.
Antigamente a morte ocorria no ambiente familiar, onde os rituais de despedida ocorriam de forma natural e o falecido era velado pela família e amigos muitas vezes na sala de casa. As pessoas conseguiam se despedir através das últimas palavras ditas ao familiar adoecido, ao segurar sua mão durante sua morte, oravam e davam o último adeus. Atualmente com os avanços tecnológicos, a morte está sendo cada vez mais adiada e o local da morte, passa a ser o ambiente hospitalar; os asilos para idosos e casas de saúde. Longe dos olhos dos familiares e principalmente, das crianças.
Vejam que, para falar com as crianças sobre a morte, é preciso ser honesto ao responder de forma objetiva às suas dúvidas. Sempre respeitando o alcance intelectual de cada idade, é preciso ter cuidado com algumas afirmações impensadas, como por exemplo: "Sua tia adormeceu" ou "Nós perdemos sua tia". A criança pode entender o que lhe foi dito ao pé da letra e vivenciar a morte como se ao adormecer também pudesse não voltar mais ou ainda, que mesmo tendo perdido a tia, ninguém está procurando por ela. Dizer a verdade é sempre o melhor a se fazer. Basta dizer que a tia faleceu. Muitos livros com fábulas infantis, abordam histórias sobre o bichinho de estimação que morreu ou até mesmo, sobre uma pessoa querida que faleceu. Estes livros ajudam o adulto na abordagem do tema e preparação da criança para este acontecimento que faz parte da vida.
Cuidado também com expressões como: "Você ainda me mata" ou "quando eu morrer, vocês vão me dar valor". Caso ocorra alguma morte na família, a criança pode sentir culpa, como se fosse responsável pelo acontecimento. Explique as crianças que ninguém morre pelo desejo do outro. Já que é comum as crianças pronunciarem para um coleguinha ou um adulto que o contrarie, a seguinte frase: "Tomara que você morra".
É importante conseguir identificar e expressar sentimentos quando falece alguém que amamos. São diversas as situações de perda que podem ser vivenciadas pela criança, tais como: a morte de um bichinho de estimação, a morte de um coleguinha, a morte de um vizinho e a morte de um familiar próximo ou distante. Todas essas experiências e o modo pelas quais são entendidas, influenciam no processo de luto do indíviduo.
O processo de luto da criança se assemelha ao do adulto; porém, as crianças ainda não possuem o sentimento de permanência dos adultos. Assim, quando a criança participa do processo de despedida do falecido, recebendo apoio e incentivo para que expresse ou diga como se sente, isto colabora para a elaboração posterior do luto.
Devemos ficar atentos as reações emocionais da criança, quanto o sofrimento desencadeado e as intensas mudanças de comportamento após a morte de alguém querido. São diversas as expressões esperadas durante o luto, sua intensidade e comprometimento no bem-estar emocional da criança, deve ser avaliada pelo psicólogo com formação em Luto.
O processo de despedida é de suma importância, seja em vida ou após a morte. Lembro de uma paciente de cuidados paliativos que acompanhei logo que seu câncer foi diagnosticado incurável. Ela que tinha um neto de 8 anos, sendo os dois inseparáveis, conseguiu despedir-se dizendo ao neto que estava morrendo, que também sentiria saudades, mas que a morte fazia parte da vida. Disse através da religiosidade, que um dia se encontrariam novamente e pediu que pensasse nela como a avó que continuaria lhe protegendo, mesmo que de longe.
Após vivenciar uma perda, tal como acontece com o adulto, a criança também necessita de apoio e proteção, necessita de alguém que respeite seu sofrimento e lhe permita externar sua dor. Sentir saudades e intensa tristeza é normal, quando se perde alguém que amamos. As lembranças e conversas sobre a pessoa falecida, devem ser mantidas, de modo que relembrar significa trazer lembranças boas que permitam a expressão dos sentimentos relacionados a perda.
Atenção a criança que não consegue expressar qualquer sentimento, ela pode na verdade estar reproduzindo o mesmo comportamento dos demais familiares que evitam falar sobre o falecido, para não entrar em contato com a dor emocional e com a ausência de quem partiu.
Luto não elaborado em adultos e em crianças, leva ao adoecimento físico e emocional, podendo ocasionar sequelas emocionais por toda vida.
Em caso de dúvidas, me coloco à disposição através de comentários ou por e-mail.
Abraços fortes...
Fonte: Livro - "Você nunca mais vai voltar?" (Christine Reitmeier e Waltraud Stubenhofer).
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