Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o índice de Obesos Mórbidos com idade acima de 18 anos, em 2007 correspondia a 3.739.000 pessoas. Na região Sudeste do Brasil, cerca de 50 % dos homens e 51 % das mulheres enfrentam o Sobrepeso, o que significa que podem vir a subir o degrau para atingir a obesidade leve, obesidade moderada e obesidade mórbida.
A Cirurgia Bariátrica ou Gastroplastia, trata-se de um procedimento de redução do estômago, sendo indicado para pacientes com obesidade mórbida; ou seja, são realizadas em pessoas que estão muito acima do peso ideal ou peso magro; e que por essa razão, apresentam adoecimento físico e emocional decorrente do ganho excessivo de peso.
O tratamento cirúrgico está indicado em pacientes definidos com obesidade mórbida (IMC > 35 Kg/m²) que tenham co-morbidades como apnéia do sono, hipertensão, diabetes mellitus, dislipidemia, artropatias ou aqueles pacientes com IMC > 40 Kg/m² , com ou sem co-morbidades. Isso porque, já foi evidenciado que existe um risco muito maior do paciente morrer por complicações clínicas relacionadas à obesidade do que morrer com a realização da cirurgia e dos benefícios que ela traz.[1]
Porém, é sabido que o procedimento é de grande complexidade e que deve ser realizado, após avaliação médica e por uma equipe multiprofissional que inclua nutricionista, psiquiatra e psicólogo. As causas para o desenvolvimento de obesidade mórbida são multifatoriais. Os portadores de obesidade (leve, moderada e mórbida) sofrem emocionalmente pelas limitações e ainda, pelo preconceito social e comportamento alimentar. São pessoas emocionalmente frágeis, que carregam elevada expectativa de que a cirurgia pode mudar suas vidas.
Na realidade, para que isso ocorra, é necessária uma avaliação pregressa ao procedimento cirúrgico e um trabalho psicológico de preparo, para a reabilitação no pós-operatório e ainda, para adaptação, com detecção e tratamento de distúrbios emocionais que podem interferir ou comprometer a adesão e sucesso do tratamento após gastroplastia. Além disso, o psicólogo tem o papel de avaliar se o indivíduo está preparado emocionalmente para se submeter ao procedimento.
Hoje atendi uma paciente de 52 anos, pesando 140 kg, com o diagnóstico de Obesidade Mórbida e Depressão, está em acompanhamento médico para o tratamento de doenças provenientes do ganho excessivo de peso e ainda, em preparo para realização de Cirurgia Bariátrica. Em seu relato, refere que sofre pelas limitações que o adoecimento lhe impõe e pelas perdas diversas. Está totalmente dependente dos cuidados de outras pessoas, para tomar banho e até para pentear seu cabelo, não consegue ficar de pé ou caminhar por muito tempo, apresenta dificuldade para respirar e falar durante a consulta. É uma pessoa que luta para viver, mas ao mesmo tempo, que está perdendo o desejo de viver.
Obesidade tem tratamento e por isso, quanto mais cedo detectada, mais facilmente responderá ao tratamento. É importante que o indivíduo com pré-disposição a obesidade, cuide de sua saúde e busque orientação profissional para que viva bem e com qualidade de vida. As crianças e adolescentes obesos precisam da ajuda de seus responsáveis para procurar e realizar os tratamentos. Ajuda psicológica é de extrema importância e funciona como mais uma ferramenta, na luta contra a obesidade e suas complicações.
Pensem nisso! Beijo grande...
FONTES DE PESQUISA:
http://www.sbcb.org.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gastroplastia
http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol31/n4/199.html
[1]Flum DR, Belle SH, King WC, Wahed AS, Berk P, Chapman W, Pories W, Courcoulas A, McCloskey C, Mitchell J, Patterson E, Pomp A, Staten MA, Yanovski SZ, Thirlby R, Wolfe B. Perioperative safety in the longitudinal assessment of bariatric surgery.Longitudinal Assessment of Bariatric Surgery (LABS) Consortium.N Engl J Med. 2009 Jul 30;361(5):445-54.
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