O Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP) se caracteriza pela ocorrência de episódios de ingestão de grande quantidade de alimentos em intervalos curtos de tempo. O indivíduo tem a sensação de perda de controle sobre o ato de comer, parando somente quando ocorre dor ou intenso desconforto abdominal. Em seguida do episódio de comer compulsivamente, o indivíduo sente angústia relacionada a ausência de comportamento para eliminar o excesso alimentar e culpa pelo ato de comer sem controle.
O TCAP aparece no Apêndice B do Manual Diagnóstico de Transtornos Psiquiátricos (DSM-IV) como nova categoria diagnóstica, para inclusão após pesquisas, pois esta categoria se difere dos transtornos alimentares como bulimia nervosa e anorexia. Esta nova categoria é denominada pela literatura internacional como "Binger Eating Desorder - BED", sendo atualmente considerado pelo DSM-IV como "Transtorno alimentar sem outra especificação."
O comer compulsivo ocorre também no quadro de bulimia nervosa, porém no TCAP a pessoa não tem o comportamento impulsivo de indução do vômito após a ingestão exagerada de alimentos. Vale ressaltar que o comer exageradamente não é o mesmo que comer um pouco a mais do que de costume. Alguns autores tem proposto a inclusão do TCAP na categoria de Transtorno obsessivo-compulsivo, pois existe a persistente preocupação quanto ao peso e o desejo de comer ocorre de forma incontrolável. A prevalência maior é na população obesa, cerca de 30%; porém na população em geral ocorre em torno de 1,5 %.
Uma variação é denominada como "Síndrome do Comer Noturno", classificada por Stunkar na década de 50, como transtorno alimentar-comportamental em que o indivíduo tem pouco apetite pela manhã, come excessivamente pela tarde ou à noite e sofre de insônia. O autor afirmava que o episódio de comer compulsivamente noturno é desencadeado por estresse, que ao ser aliviado, diminuiria consequentemente os sintomas da síndrome.
Muitos autores denominam como causas para o TCAP: predisposições genéticas, influências socioculturais e vulnerabilidades psicológicas pessoais. Quanto as predisposições genéticas consideramos histórico familiar de transtornos alimentares e de humor (transtornos depressivos e ansiosos); sobre os fatores socioculturais verificamos padrões de relacionamento no ambiente familiar e sociedade (extrema valorização da estética corporal, do corpo magro ou esbelto); e ainda, como características pessoais de vulnerabilidade emocional (baixa auto-estima, perfeccionismo, impulsividade e pensamentos ambivalentes de "ou tudo ou nada, de total controle ou total descontrole").
É importante que o TCAP seja criteriosamente diagnosticado porque existem alguns diagnósticos diferenciais, tais como: a bulimia nervosa e a depressão atípica. Além disso, quadros depressivos e ansiosos podem estar associados. A compulsão alimentar periódica pode contribuir para a ocorrência da obesidade mórbida, por isso são frequentes os estudos com a população obesa. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado por:
(1) ingestão, em um período limitado de tempo (por ex., dentro de um período de 2 horas) de uma quantidade de alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria durante um período similar e sob circunstâncias similares.
(2) um sentimento de falta de controle sobre o comportamento alimentar durante o episódio (por ex., um sentimento de incapacidade de parar de comer ou de controlar o que ou quanto está comendo).
O tratamento para TCAP, de modo geral para todo transtorno alimentar e/ou psiquiátrico, deve envolver acompanhamento psiquiátrico e ação medicamentosa (com ínicio e término administrado pelo médico); intervenção psicológica e nutricional.
Este texto se baseia em artigos científicos extraídos da internet. Tenha cuidado ao consultar a internet porque são muitas as informações disponíveis nos sites de busca, porém nem todas as informações são verdadeiras. Em caso de dúvida, busque informação através da avaliação e orientação profissional.
Escrevi sobre o assunto à pedido de um visitante do blog que através do formspring.me, solicitou o texto para orientação. ESTE TEXTO NÃO SUBSTITUI uma avaliação clínica ou psicológica. Se você tem dúvidas ou suspeita de que sofre deste transtorno, busque um profissional da psiquiatria e psicologia, para que seja avaliado e conduzido ao tratamento. Lembrando que a ausência de cuidado, deve contribuir para o agravamento do quadro físico e emocional.
Abraços fortes...
Fontes de Pesquisa:
http://www.psiqweb.med.br
http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_07.htm
http://www.psiqweb.med.br
http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/atu1_07.htm
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