sábado, 23 de abril de 2011

Transtornos Esfincterianos na Infância


Considera-se transtorno esfincteriano, a enurese que é a falta de controle na emissão da urina e a encoprese que é a evacuação das fezes parcial ou total. Até os 5 anos, é comum esses descontroles, já que até esta fase, a criança está aprendendo a ter controle total dos seus esfíncteres.

O controle voluntário da urina e das fezes dependem de vários fatores, tais como: o treinamento para a aprendizagem, a maduração neurofisiológica e o desenvolvimento afetivo da criança. A encoprese infantil é a defecação involuntária que ocorre em idade superior a 4 anos, sem causa orgânica que justifique. Geralmente está associada a enurese que é o descontrole da urina. A enurese e encoprese pode ocorrer na roupa, cama ou chão.

A encoprese se diferencia da Constipação porque no segundo caso, existe causa orgânica ou causa relacionada a dieta alimentar, tornando-se um problema crônico ou de difícil reversibilidade. Toda vez que encontro casos de enurese ou encoprese infantil, oriento os pais a buscarem avaliação médica para descartar qualquer causa orgânica para o sintoma apresentado. Atualmente acompanho uma criança de 8 anos, que apresenta encoprese norturna; ou seja, durante à noite, ele não consegue ter controle esfincteriano e acorda, sujo com suas fezes. A mãe diz que já pensou em colocar fralda, mas com a fralda ele não faz. E acontece que durante o dia, ele não consegue defecar; então, por diversas vezes, já precisou realizar lavagem pela retenção das fezes.

Emocionalmente os estudos consideram a constipação como uma forma de espressar sentimentos de oposição, frustração e ansiedade. A criança que apresenta transtorno esfincteriano, sofre emocionalmente porque o fato dela não ter controle e se sujar constantemente, gera vergonha, medo, timidez, auto-estima rebaixada e isolamento social, ou evitação de situações diferentes que podem criar situações embaraçosas ou vexatórias (não dormem na casa de amigos, não viajam sem os pais, etc). 

São crianças emocionalmente dependentes e inseguras, o medo da perda do controle produz nela o comportamento de reter as fezes (conscientemente ou inconscientemente)  em lugares públicos (escola ou quando fora de casa). É desesperador o sentimento de uma mãe ou pai, que já buscou ajuda para seu filho e após várias avaliações e condutas médicas, não encontrou solução para o sintoma e sofrimento do filho.

É importante buscar ajuda psicológica para seus filhos, caso estejam apresentando os sintomas ou sofrimento emocional descrito acima. Crianças com transtornos esfincterianos se não tratadas, além de complicações orgânicas dada a cronicidade dos sintomas, podem desenvolver doenças emocionais como depressão infantil e transtornos ansiosos, pela exposição frequente ao sofrimento físico e emocional.

É preciso ter cuidado com a criança porque se o adulto para tentar inibir seu comportamento, repreende ou expõe a criança a situações vexatórias como por exemplo, falar a respeito com pessoas familiares ou estranhas na presença da criança; ou ainda, falar de forma depreciativa ("tá parecendo um nenenzinho"; "você não tem vergonha de fazer isso?") e/ou punitiva, castigando a criança pelo sintoma ou adoecimento.

É primordial o apoio e cuidado dos pais, a paciência e o carinho, a ajuda profissional (médico e psicólogo) para o tratamento dos transtornos esfincterianos e para o fim do sofrimento de crianças e pais, que vivenciam as consequências deste transtorno, relacionado a causas emocionais.

Abraços fortes...


Fonte de pesquisa:
 http://www.virtualpsy.org/infantil/infancia.html
 http://es.wikipedia.org/wiki/Encopresis_infantil

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