quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sujeito Perfeccionista


Uma das grandes causas para o adoecimento físico e emocional surge a partir da necessidade do sujeito de se relacionar consigo mesmo e com tudo o que realiza através de atitudes e pensamentos perfeccionistas. Quem é perfeccionista muitas vezes se orgulha disso; porém, é importante estar atento ao que ESTÁ por detrás deste comportamento.

As causas podem ser variadas, como por exemplo: baixa auto-estima, medo e insegurança; ou até mesmo, ansiedade e autocobranças além do que é natural e saudável. O perfeccionista não aceita realizar algo que não atenda às expectativas desse seu ideal de perfeição.

As raízes deste modo de existir podem estar relacionadas à experiências ameçadoras, de grande exigência ou desvalorização, vividas na infância e marcadas no subconsciente. Funciona como uma ordem que diz: "tenho que atender às expectativas sempre", ou "não posso decepcionar ou desagradar".

Algumas experiências no início da vida, podem despertar sentimentos como insegurança, inadequação e medo de abandono nas relações de afeto, contribuindo para que o sujeito não se permita errar, sofrendo diante das frustrações e ameaças de perda. Errar significa desagradar e isso pode levar a perda, a desvalorização ou desaprovação do outro.

Dessa maneira, o comportamento perfeccionista lhe garante a segurança e sobrevivência através de um modo de existir que ameniza o medo constante de não ser aceito. Isso claro, denota uma auto-estima bastante rebaixada e frágeis recursos emocionais de enfrentamento. O sujeito perfeccionista por acreditar que não é aceito tal como é, também demonstra dificuldade de auto-aceitação.

Se relaciona consigo mesmo através de pensamentos, sentimentos e comportamentos que refletem constante cobrança e punição. Agradar a si mesmo significa ver no outro a aprovação para este seu modo de ser. Neste sentido, o perfeccionismo cria relações de grande dependência emocional. O sujeito precisa constantemente da aprovação ou aceitação do outro para se realizar temporariamente.

Na realidade, o perfeccionista está frequentemente insatisfeito com o que faz, buscando sempre algo que se aproxime da perfeição. O outro é um espelho emocional de suas crenças e sentimentos negativos a respeito de si mesmo. Gosta de ser desafiado, o que alimenta seu mecanismo interno de auto-cobrança.

O maior desafio para o sujeito perfeccionista é pensar e sentir que ele pode ser quem ele é, que tem o direito de errar como qualquer outra pessoa. O perfeccionista não admite errar e também não aceita que os outros errem. Erro remete a fracasso e desencadeia outros pensamentos negativos, tais como: "não sou bom o suficiente, sou um nada, minha vida nunca será como eu desejo, não mereço ser feliz".

Lembre-se: tudo em excesso faz mal, ser perfeccionista pode deixar de ser uma qualidade para se tornar um comportamento obsessivo, uma busca por um ideal de perfeição que é ilusório e que faz suas relações, seu corpo e seu emocional adoecerem. A necessidade de realizar com perfeição tudo que faz, exige mais tempo do que normalmente se gastaria. O sujeito se torna escravo do perfeccionismo.

O fracasso desperta dor emocional, sentimentos como tristeza e culpa, pode gerar comportamento ou reações agressivas. O desgaste físico e mental é grande, podendo levar ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas como depressão, transtornos ansiosos e ainda, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), entre outros.

Cuidar de si mesmo buscando ajuda psicológica, não significa que você deixará de ser competente naquilo que faz ou que não receberá mais o reconhecimento dos outros pelo seu esforço. Você apenas descobrirá que pode viver a vida de uma forma mais leve, sem tanta cobrança interna e externa, reconhecendo suas qualidades, sem adoecer gravemente.  Descobrindo que pode ser competente e humano ao mesmo tempo. A psicoterapia pode lhe proporcionar uma vida mais plena e sem tanto sofrimento.

Abraços fortes...


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