domingo, 30 de janeiro de 2011

Quando quem amamos adoece gravemente


Quando quem amamos adoece gravemente, mais do que nunca sentimos que se faz necessário ... ser forte! Sentimos uma mistura de medo e de esperança nos alimentando para continuarmos cuidando de quem tanto amamos. O choro vem de vez em quando, junto o aperto no peito e o desejo de roubar a dor dessa pessoa, de sentir por ela o seu sofrimento.

Quando quem amamos adoece gravemente, mais do que nunca precisamos ... de nossa fé! Acreditar que pouco a pouco a vitória será conquistada e que a experiência dolorosa, será enfim de grande aprendizado.

Quando quem amamos adoece gravemente, somos tomados por uma sensação de impotência, um desejo sem tamanho de cuidar, sentimos vontade de fazer de tudo e às vezes, pensamos não estar fazendo quase nada. Porém para quem tanto amamos e está gravemente enfermo, receber o nosso carinho, nosso cuidado... sem dúvida é muito importante.

Quando alguém adoece gravemente, esta pessoa precisa de paz, tranquilidade, pensamentos positivos, incentivo, força, carinho e cuidado, atenção e paciência. O caminho é de intensas mudanças, fortes questionamentos e por isso, as oscilações de humor e as emoções como tristeza, angústia, ansiedade e irritabilidade, são frequentes.

Faça o melhor, ESTEJA PRESENTE, não faça cobranças, seja generoso ou cuidadoso com o que diz. As emoções e os pensamentos ruins são muito intensos, portanto tenha bom senso ao falar com esta pessoa. A força, a esperança e a paz de espírito são grandes companheiras nesta hora.

Fale do seu amor e pergunte do que ela (e) precisa, saiba ouvir e se calar quando necessário. Não tire de quem você ama o direito de decidir sobre sua vida, respeite sua autonomia, incentive que ela (e) participe de seu tratamento. Não existe nada mais poderoso do que a força do pensamento positivo, do amor e o desejo de viver!

Abraços fortes...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aos visitantes do Blog


Gostaria de agradecer aos visitantes e seguidores do blog pelas visitas e pelo retorno carinhoso que chega através de cometários e também por e-mails. Esta semana andei afastada pela correria do trabalho e porque estou me recuperando de uma forte gripe.


Logo logo, volto a escrever e trago mais assuntos para refletirmos juntos! Obrigada a todos!


Beijo no coração...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Ciúmes: Dependência e Co-dependência


Algumas pessoas sem que percebam, desenvolvem relações de dependência e co-dependência emocional. Pode ocorrer nas relações amorosas; entre pais e filhos ou filhos e pais; e ainda, na relação com outros familiares, amigos e pessoas do ambiente de trabalho.

São relacionamentos que se baseiam numa "troca" de reações emocionais e comportamentais que reforçam a dependência de um e a co-dependência do outro. Por exemplo, nas relações amorosas quando um se torna o Ser dominador e o outro é o Ser dominado. Relações onde o ciúme é o termômetro para o amor. Quando um dos indivíduos sente ciúme demais do outro e necessita controlar ou determinar o que o (a) parceiro (a) poderá ou não fazer.

Geralmente é assim que se desenvolve uma relação de dependência e co-dependência emocional. O Ser dominado sente que seus passos estão sendo vigiados; porém, justifica que até gosta porque dessa forma sente-se muito amado.

As privações aumentam na mesma proporção em que cresce a necessidade de controle do (a) parceiro (a) dominador (a). A pessoa "ciumenta" precisa se certificar de que o outro é "fiel" aos seus desejos e portanto, também a ama. A insegurança do ciumento mobiliza o comportamento controlador e em muitos casos, gera comportamentos obsessivos diante do (a) parceiro (a).

A insegurança do Ser dominado, também contribui para que ele gradativamente perca sua autonomia ou liberdade de escolha, mantendo-se fiel ao ciúme do outro, sentindo-se cada vez mais seguro de que é amado.

São diversas as razões para que se estabeleça uma relação de dependência e co-dependência. Mães e Pais que se dedicaram ao cuidado exclusivo de seus filhos e desaprenderam a cuidar de si mesmo, demonstram dificuldades para entender ou aceitar que seus filhos cresceram. Filhos que também apresentam conflitos quanto ao crescimento para tornar-se responsável por sua vida e permanecem dependentes de seus pais; entre outras situações. Toda dependência emocional causa adoecimento.

Pessoas que sempre foram dependentes e inseguras, desde a infância, tendem a estabelecer relações de dependência principalmente na vida amorosa e nas relações de amizade.

Caso você se identifique como dominador ou dominado, busque ajuda psicológica, pois em ambas as situações ocorre o esgotamento emocional dos envolvidos. O resultado é a anulação constante e a necessidade de controlar para sentir-se amado. Desta forma, os conflitos ou discussões ganharão o espaço que antes fora ocupado pelo grande amor que existia na relação de ciúme, com tantas privações ou demonstrações de amor.

Lembrem-se de que a liberdade de Ser e existir é essencial para a construção de uma relação saudável e repleta de felicidade.

Abraços fortes...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dor


"Dor é dor, independentemente de quem a sinta, e, se tivermos olhos para ver,
seremos capazes de reconhecê-la no outro"
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(Maria Júlia Paes da Silva)


O assunto de hoje é DOR, essa dor pode ser física ou emocional. Ela que é sintoma ou sinal de que algo não vai bem, de que o equilibrio já não existe mais, de que o corpo e a mente padecem. Hoje atendi pessoas que vivenciam já há muitos anos, o sofrimento pela DOR do adoecimento físico. Esta que se intensifica pelo descontrole das emoções, DOR que significa um pedido de socorro para indivíduos tão descuidados consigo mesmos.

Hoje essa dor foi expressa de formas diversas, por indivíduos únicos, todos em busca de alguma solução para o sofrimento negado por tanto tempo. A queixa frequente é de que o corpo padece! Porém, são as emoções reprimidas, que muitas vezes provocam a doença no corpo e ao mesmo tempo, se desequilibram a cada piora física. Somos mente e somos corpo. A saúde tão desejada deve ser conquistada.

Quanto mais se evita entrar en contato com a dor emocional, mais se adoece. Quem nega sua dor para preservar os que ama, precisa tomar cuidado. Dor negada é dor reprimida, e quando não entramos em contato com essa dor, a ausência de cuidado provoca a piora do sofrimento.

O ser humano precisa conhecer melhor a si mesmo, aprender a respeitar seus limites, cuidando melhor de sua saúde física e emocional. Cuidando melhor de nós mesmos, cuidamos melhor de todos. O ser que desvaloriza a si mesmo, que não se cuida ou reprime sua dor, tende a fazer o mesmo com as outras pessoas, tornando- se também indiferente ao sofrimento alheio. Ou ainda, na medida em que sua dor se intensifica, sua tolerância a dor e sofrimento do outro, diminui cada vez mais.

Pense bem e avalie como você tem se relacionado com suas dores ou sofrimento. Avalie o cuidado com que se dedica a conquista de sua saúde. O respeito aos limites do seu corpo e de sua mente. Como você tem reagido diante da sua dor e da dor de quem você ama? Alguns sofrimentos são inevitáveis, o segredo para manter sua integridade física e emocional, é saber viver e se cuidar como você necessita e merece!

Abraços fortes...


quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para se pensar...


"ESTARMOS ABERTOS à renovação e à mudança é estarmos vivos. Independe da fase em que estamos. E se aparecer um novo amor podemos renascer para isso, a qualquer momento."

(Lya Luft)


As coisas boas da vida, entre elas o amor, só acontece quando e se nos permitimos. Pense não só nos seus desejos e necessidades, mas principalmente no que tem feito para que as realizações aconteçam. Reflita se existe espaço em sua vida para a realização desses desejos, muitas vezes o que nos falta é abrir espaço, é permitir mais, estar de braços abertos e somente assim, criar condições para ser feliz!

Beijo grande no coração... até mais...



domingo, 9 de janeiro de 2011

Despedidas - ajudando crianças a lidar com seus lutos




Este trecho do filme é realmente emocionante, retrata um momento de grande importância e marcante na vida de qualquer ser humano. Não é fácil falar de morte e muito menos, se despedir de quem tanto amamos e está morrendo. Porém, a morte faz parte do ciclo de vida, da existência de todos e vivenciar o momento da despedida, ouvir e dizer o que pensamos e sentimos por aquela pessoa, nos permite viver a dor do luto de forma normal e não adoecer depois de uma perda tão significativa.
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No cuidado de pacientes em cuidados paliativos e de seus familiares, também com pessoas enlutadas, verifico a importância dos rituais de despedida e da enorme lacuna, quando não é possível finalizar ou se despedir de quem tanto amamos. Por diversas razões, nem sempre é possível dizer adeus. Se você está diante de uma situação iminente de perda, de alguém importante que está gravemente enfermo e sem possibilidade curativa, caso esta pessoa se permita falar a respeito dos seus sentimentos para se despedir, reflita se você também não está necessitando desta conversa, para dizer tudo aquilo que adiou até agora, para abrir seu coração e dizer a essa pessoa o quanto a ama e como ela lhe fará falta.
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Caso perceba a necessidade e não saiba o que fazer, busque um psicólogo na instituição de saúde responsável pelo cuidado de seu familiar ou em consultório particular.
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Beijos no coração...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Lutando e enfrentando dificuldades na vida


Hoje vou compartilhar com vocês uma história de superação, de força, de fé e esperança, de muito amor e intenso aprendizado. Falo de uma paciente já idosa, que aos 20 anos, grávida de seu primeiro filho, veio para São Paulo, após finalizar um casamento com uma pessoa extremamente controladora, rígida e agressiva. Sofreu bastante ao chegar em São Paulo, já naquela época era quase impossível conseguir um trabalho estando grávida. Recebeu alguma ajuda dos poucos familiares que já estavam em São Paulo e que também lutavam para sobreviver. Diz que não teve muita escolha, casou-se novamente e seu segundo casamento não foi diferente do primeiro. Com esta pessoa teve mais filhos e seguiu a vida, trabalhando bastante, cuidando da casa, filhos e marido que faleceu há mais de 20 anos, era alcoolista e sempre lhe dizia que iria enlouquecê-la até matá-la. Segundo minha paciente, a fé em Deus sempre lhe ajudou a continuar lutando e ela não desistiu, tornou-se a grande cuidadora desta família, mas isso não permitiu que ela cuidasse dela mesma. Sente-se vitoriosa e diz que só uma coisa lhe faltou na vida, apesar de tudo, diz que sente muito por nunca ter conseguido aprender a ler e escrever. Seu sonho é escrever para o "Lar doce Lar", para conseguir terminar sua casinha que com muito sacrifício conseguiu construir, onde mora com seus filhos, netos e bisnetos. Sobre a carta, isso não vai ser problema, nós com certeza faremos isso durante os atendimentos. E quem sabe, com toda a força e fé que ela mesma CONQUISTOU em sua existência, sempre que escolhia continuar lutando... ainda conseguirá realizar seu grande sonho de ser alfabetizada.

Está em psicoterapia para cuidar de suas feridas emocionais, para aprender a cuidar melhor de si mesma e porque não, para realizar seus sonhos! Pessoas como esta paciente, nos ensina que diante das dificuldades, mesmo quando não conseguimos descobrir da onde vem.. se é obra do destino como algumas pessoas acreditam ou conseqüência de nossas escolhas... o importante mesmo é buscarmos recursos para enfrentar. Por amor a seus filhos, enfrentou e venceu muitas dificuldades. A conquista não acontece se desistimos antes mesmo de tentar!


Beijo grande no coração de todos...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ansiedade


Ansiedade é uma das reações ou emoções básicas do ser humano que recebe influência de eventos diversos. Seja pela expectativa de que algo bom aconteça, seja apreensão porque algo ruim está por vir, a ansiedade pode se apresentar através de diferentes sinais e intensidades, podendo ocasionar o adoecimento do Ser que não consegue mais controlá-la ou até mesmo, identificar suas causas.

Nos manuais de classificação dos Transtornos Mentais e Comportamentais, a ansiedade pode aparecer como um dos sintomas pertencentes à diversas patologias ou ainda, como causa para o surgimento de diversos sintomas que classificam um Transtorno Ansioso.

Pessoas que vivenciam uma rotina de muito estresse, longas jornadas de trabalho e prejuízos no auto-cuidado, pessoas que são muito exigentes ou rígidas consigo mesmas, que buscam se ocupar com muitas atividades para não pensar a respeito dos problemas, pessoas que demonstram comportamentos impulsivos e/ou compulsivos (na alimentação, nas compras, no jogo, que fumam ou ingerem bebidas alcóolicas em exagero), pessoas que sofrem emocionalmente e evitam buscar ajuda, pessoas tímidas e inseguras, pessoas que não sabem dizer não e se sobrecarregam assumindo mais e mais atividades, pessoas que possuem uma péssima qualidade de vida... essas pessoas estão propensas a desenvolver sintomas ansiosos ou patologias de fundo ansioso, caso não busquem ajuda psicológica e comecem a se cuidar.

Mudanças repentinas e de grande impacto na vida das pessoas; adoecimentos graves e incuráveis; perdas emocionais temporárias e permanentes; perdas físicas e funcionais; aposentadoria; perdas financeiras e outras situações de crise podem desencadear quadros ansiosos importantes que precisam ser identificados e cuidados por um profissional.

No mundo onde vivemos, onde se privilegia uma sociedade competitiva e consumista, existem milhares de pessoas que sofrem por ansiedade e sofrimento crescente. Geralmente a ansiedade se manifesta e se eleva diante de situações de ameaça real ou imaginária, que despertam grande temor em relação ao desconhecido.

A ansiedade em graus elevados pode despertar sintomas somáticos, como por exemplo: dor no estômago, dor de cabeça, tensão e dores musculares, falta de ar, sudorese, coração acelerado, aperto ou dor na região do tórax, boca seca, cansaço constante, dificuldade para relaxar e insônia, agitação enquanto dorme, bruxismo, perda ou aumento de apetite, ganho ou perda de peso, "nó" na garganta ou dificuldade para engolir, tremores, tontura, náuseas e vômitos, queda de cabelo. E ainda, sintomas cognitivos, comportamentais e emocionais, tais como: impulsividade e compulsão, impotência sexual, confusão mental, dificuldade para organizar pensamentos e sentimentos, dificuldade na execução e finalização de atividades, esquecimento freqüente e dificuldade para concentração, irritabilidade, pensamentos antecipatórios negativos, comportamento de evitação ou isolamento, timidez e insegurança, medos reais e imaginários, angústia, perda da autonomia, tristeza, roer unhas, entre outros.

O tratamento ocorre através de psicoterapia e em alguns casos, pode ser medicamentoso e realizado com o acompanhamento em conjunto com um psiquiatra. A identificação de fatores desencadeantes e de recursos emocionais para o enfrentamento, possibilita a organização dos pensamentos e sentimentos, conseqüentemente a miminização ou eliminação dos sintomas e controle da patologia ou ansiedade causadora de sofrimento.

Algumas ansiedades ditas "boas" são como a expectativa pelo encontro com alguém por quem se está apaixonado; ou o friozinho na barriga diante de um evento esperado e tão desejado, com um significado bastante importante na vida do sujeito; o nascimento de um filho; o dia do casamento; o ingresso na faculdade ou a conclusão de um curso universitário; o início no emprego tão desejado; a compra do primeiro carro ou a primeira casa; enfim, a realização de um sonho tão almejado! Desde que este momento seja de alegria e não cause sofrimento, a ansiedade é sim das "boas" e não deve causar preocupação. Do contrário, se estes fatos são vividos com pavor ou verdadeiro sofrimento, como se algo de ruim pudesse acontecer a qualquer momento, procure ajuda de um profissional e vida todas as alegrias que a vida pode lhe proporcionar, seja feliz!!!

Abraços fortes...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Luto e Morte na infância


Vida e morte fazem parte do processo de viver para todo ser vivo a partir do seu nascimento. No entanto, ainda hoje a morte é interpretada como uma grande ameaça, causadora de medo e angústia, principalmente em adultos. São estes mesmos adultos os responsáveis pela formação de ideias para a criança, que aprende com os modelos parentais as noções sobre a vida, a morte e o mundo que nos cerca.

Dessa maneira, a morte quando entendida como parte do ciclo vital, produz no ser a compreensão de que o morrer faz parte da existência, assim como o seu início e fim. Do contrário, a morte passa a ser evitada e não falada, os lutos são adiados, o que aumenta a probabilidade desses lutos não elaborados ocasionarem patologias em crianças e adultos.

Antigamente a morte ocorria no ambiente familiar, onde os rituais de despedida ocorriam de forma natural e o falecido era velado pela família e amigos muitas vezes na sala de casa. As pessoas conseguiam se despedir através das últimas palavras ditas ao familiar adoecido, ao segurar sua mão durante sua morte, oravam e davam o último adeus. Atualmente com os avanços tecnológicos, a morte está sendo cada vez mais adiada e o local da morte, passa a ser o ambiente hospitalar; os asilos para idosos e casas de saúde. Longe dos olhos dos familiares e principalmente, das crianças.

Vejam que, para falar com as crianças sobre a morte, é preciso ser honesto ao responder de forma objetiva às suas dúvidas. Sempre respeitando o alcance intelectual de cada idade, é preciso ter cuidado com algumas afirmações impensadas, como por exemplo: "Sua tia adormeceu" ou "Nós perdemos sua tia". A criança pode entender o que lhe foi dito ao pé da letra e vivenciar a morte como se ao adormecer também pudesse não voltar mais ou ainda, que mesmo tendo perdido a tia, ninguém está procurando por ela. Dizer a verdade é sempre o melhor a se fazer. Basta dizer que a tia faleceu. Muitos livros com fábulas infantis, abordam histórias sobre o bichinho de estimação que morreu ou até mesmo, sobre uma pessoa querida que faleceu. Estes livros ajudam o adulto na abordagem do tema e preparação da criança para este acontecimento que faz parte da vida.

Cuidado também com expressões como: "Você ainda me mata" ou "quando eu morrer, vocês vão me dar valor". Caso ocorra alguma morte na família, a criança pode sentir culpa, como se fosse responsável pelo acontecimento. Explique as crianças que ninguém morre pelo desejo do outro. Já que é comum as crianças pronunciarem para um coleguinha ou um adulto que o contrarie, a seguinte frase: "Tomara que você morra".

É importante conseguir identificar e expressar sentimentos quando falece alguém que amamos. São diversas as situações de perda que podem ser vivenciadas pela criança, tais como: a morte de um bichinho de estimação, a morte de um coleguinha, a morte de um vizinho e a morte de um familiar próximo ou distante. Todas essas experiências e o modo pelas quais são entendidas, influenciam no processo de luto do indíviduo.

O processo de luto da criança se assemelha ao do adulto; porém, as crianças ainda não possuem o sentimento de permanência dos adultos. Assim, quando a criança participa do processo de despedida do falecido, recebendo apoio e incentivo para que expresse ou diga como se sente, isto colabora para a elaboração posterior do luto.

Devemos ficar atentos as reações emocionais da criança, quanto o sofrimento desencadeado e as intensas mudanças de comportamento após a morte de alguém querido. São diversas as expressões esperadas durante o luto, sua intensidade e comprometimento no bem-estar emocional da criança, deve ser avaliada pelo psicólogo com formação em Luto.

O processo de despedida é de suma importância, seja em vida ou após a morte. Lembro de uma paciente de cuidados paliativos que acompanhei logo que seu câncer foi diagnosticado incurável. Ela que tinha um neto de 8 anos, sendo os dois inseparáveis, conseguiu despedir-se dizendo ao neto que estava morrendo, que também sentiria saudades, mas que a morte fazia parte da vida. Disse através da religiosidade, que um dia se encontrariam novamente e pediu que pensasse nela como a avó que continuaria lhe protegendo, mesmo que de longe.

Após vivenciar uma perda, tal como acontece com o adulto, a criança também necessita de apoio e proteção, necessita de alguém que respeite seu sofrimento e lhe permita externar sua dor. Sentir saudades e intensa tristeza é normal, quando se perde alguém que amamos. As lembranças e conversas sobre a pessoa falecida, devem ser mantidas, de modo que relembrar significa trazer lembranças boas que permitam a expressão dos sentimentos relacionados a perda.

Atenção a criança que não consegue expressar qualquer sentimento, ela pode na verdade estar reproduzindo o mesmo comportamento dos demais familiares que evitam falar sobre o falecido, para não entrar em contato com a dor emocional e com a ausência de quem partiu.

Luto não elaborado em adultos e em crianças, leva ao adoecimento físico e emocional, podendo ocasionar sequelas emocionais por toda vida.

Em caso de dúvidas, me coloco à disposição através de comentários ou por e-mail.


Abraços fortes...


Fonte:
Livro - "Você nunca mais vai voltar?" (Christine Reitmeier e Waltraud Stubenhofer).

sábado, 1 de janeiro de 2011

Virada do ano e os rituais de passagem


Primeira postagem do ano de 2011, começo o ano falando do significado do término para início de algo novo. Neste mês de dezembro, observei que de modo geral, seja para os meus pacientes; para os profissionais com os quais trabalho; familiares; amigos queridos e pessoas desconhecidas que encontro no dia a dia, e ouço dizer algo de si em conversas com outras pessoas. Para todos o final do ano exige reflexão e planejamento porque estamos todos lidando neste momento com um ano que se perde e outro que se ganha. Principalmente neste último mês, ouvi bastante sobre saudades de quem já partiu; sobre solidão e descontentamento com a vida; sobre um ano de 2010 que se despede e leva junto acontecimentos que marcaram a vida dessas pessoas para sempre; ouvi sobre planos novos e desejos de realizações para 2011; ouvi sobre como o fim de ano para algumas pessoas é muito difícil, por razões diversas essas pessoas não gostam quando se aproxima o natal e ano novo.

Alguns me perguntaram sobre o porquê das pessoas ficarem mais sensíveis, chorosas e angustiadas quando se aproxima a passagem do ano. Me perguntaram se é assim com todos, se todo muito vivencia o término do ano desse jeito. Posso dizer que para muitos, o ano de 2010 não trouxe alegrias, deixando marcas dolorosas. Posso dizer que para muitos, o ano de 2010 foi um ano de grande felicidade e realizações. Em geral, o que verificamos quando próximo as festas de fim de ano, é que o ritual que simboliza a despedida e transição de um ano para o outro, significa repensar no que aconteceu e no que deixamos de fazer; pensar nas escolhas realizadas até então; e pensar no que nos espera. Em todo ritual de passagem ou despedida, quando o sentimento é de dever cumprido, quando não existem pendências e questões não resolvidas, a passagem acontece de forma mais serena, natural e feliz. O ano que se despede, oferece espaço para o ano que ainda será construído e que por muitos, já está sendo planejado.

Pensem nisso... para darmos espaço ao que nos falta, devemos nos desprender do que já não nos pertence ou que nos faz infeliz. Uma paciente me disse que o ano de 2010 foi tão bom que está sofrendo pelo seu término. Para ela e para vocês, eu digo que TUDO que construímos de bom na vida, levamos sempre conosco, seja nas lembranças ou pela possibilidade de continuar realizando e desenvolvendo.

Para os que terminaram o ano pensando no sofrimento que viveram em 2010, desejo mudanças e resoluções, que aprendam a cuidar melhor de si mesmos e de seus sonhos para que não sejam por muito mais tempo adiados. Nossas ações ocorrem diante da necessidade e do desejo de mudança. Assim ocorrem as grandes transformações!

Faça seu ritual de passagem, mesmo que ainda com muita dor e sofrimento, pensando no que já não deseja mais e busque soluções. Tenho certeza de que todos nós conseguiremos um ano de muita paz, de corações mais leves, de sorrisos abertos, de esperança e fé para que ocorra a verdadeira transformação e crescimento de todos nós... seres humanos.


Beijos nos corações e abraços fortes... UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS VOCÊS!!