quarta-feira, 27 de julho de 2011

Depressão



É comum nos dias de hoje, ouvirmos pessoas dizendo que estão deprimidas porque algo ruim aconteceu ou ainda, porque se percebem bem entristecidas. No geral, as pessoas se utilizam deste termo, como uma forma de descrever como está o seu humor. Porém, a depressão como transtorno emocional não é um estado de humor, é uma das formas de adoecimento e envolve uma série de outros sintomas, além do humor deprimido. Para que a pessoa melhore, é necessário tratamento psiquiátrico e psicológico.

Costumo dizer que se a tristeza nos visita, podemos decidir por fazer algo que nos distraia ou produza bem estar e com isso, essa tristeza se ameniza. Na depressão, sabemos que mesmo as atividades que sempre fizeram bem ou agradaram o sujeito, perdem seu valor e interesse.

Observo que por falta de informação ou de compreensão do que é um transtorno depressivo, pacientes e familiares sofrem pela intensidade dos sintomas; pelas dificuldades de relacionamento geradas no convívio entre o sujeito com depressão e as outras pessoas; sofrem pelas perdas secundárias já que a depressão pode comprometer a realização das tarefas diárias, de trabalho, estudo e autocuidado; sofrem pelo estigma que carrega o ser que necessita de ajuda psicológica ou psiquiátrica seja por qual for a razão; sofrem pela dificuldade de adaptação ao tratamento que é longo e em muitos casos, provoca medo da dependência pela medicação. Sofrem pelos sentimentos e pensamentos gerados em decorrência do transtorno que se instalou, sem pedir licença ou mandar um aviso prévio.

Quem não se cuida... adoece!!! Não tem jeito, é assim mesmo que acontece, a falta de cuidado com o nosso corpo e com as nossas emoções, nos deixa mais vulneráveis para desenvolver doenças no corpo e na alma. Quem se cuida, se percebe, se valoriza e se ama. Quem se cuida está cada vez mais perto de si mesmo.

A depressão pode ser diagnosticada pelo psicológo, psiquiatra e outros médicos, ou por outros profissionais da saúde. Para o tratamento é necessário o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, em alguns casos; outros profissionais também serão necessários quando a depressão compromete a saúde física do paciente. A depressão pode surgir antes do adoecimento físico, decorrente de conflitos emocionais reprimidos e não elaborados ou pode ocorrer após adoecimento físico grave.

 Os sintomas mais prevalentes na depressão são: humor deprimido; perda de energia e interesse; dificuldade de concentração, atenção e memória que leva ao esquecimento frequente; alteração ou prejuízo na qualidade do sono e apetite (excesso ou falta de sono e apetite); lentificação das atividades físicas e mentais; pensamentos e sentimentos negativos constantes; pensamentos relacionados a morte ou desejo de morrer; sentimento de incapacidade e pessimismo; medos; isolamento ou retraimento social; sintomas ou queixas somáticas; prejuízo no autocuidado; perda de peso; perda de apetite sexual e/ou prejuízo no desempenho sexual ; angústia; irritabilidade elevada; etc. A intensidade e o grau de comprometimento é avaliado pelo profissional. Além disso, outros critérios avaliados são importantes para definir a (s) causa (s) do sofrimento e a melhor forma de tratá-lo.

As causas para o surgimento de um quadro depressivo são multifatoriais. Estudos demonstram que podem estar relacionadas a influência genética; do ambiente; a eventos estressantes; a perdas significativas e lutos não elaborados; adoecimentos físicos graves; falta de autocuidado; falta de sentido na vida, vulnerabilidade ou ausência de recursos emocionais para o enfrentamento de situações difíceis ou sofridas da vida, etc.

É importante pensar que muitos pacientes pioram do seu quadro depressivo porque depositam na medicação a única solução para o seu sofrimento ou adoecimento. Digo sempre que a medicação é necessária em muitos casos e precisa ser utilizada de acordo com a orientação médica, não deve ser retirada de forma repentina, MAS NUNCA pode ser a única forma do indivíduo se tratar. Em terapia, o sujeito descobrirá a origem de seus conflitos emocionais, para encontrar modos de solucionar seu sofrimento; e ainda, para fortalecer e cuidar da sua saúde psicológica, tão importante para manter o equilíbrio do corpo e da mente.

Se você se identificou com o que leu ou conhece alguém que passa por esse sofrimento, procure ou incentive a pessoa a procurar ajuda profissional. Somente em casos graves onde a pessoa não se permite buscar ou realizar tratamento, é que o sujeito corre o risco de tentar contra sua própria vida. Depressão tem tratamento!!!

Abraços fortes...

Nenhum comentário:

Postar um comentário