terça-feira, 19 de julho de 2011

Dor no corpo e dor na alma


Você sabe o que é dor crônica? A dor aguda ocorre por lesões, enfermidades e após cirurgia. A dor crônica pode se manifestar após a cura da enfermidade, com duração de 6 meses ou mais, se manifesta por formigamento, dor pulsátil, como ardência e de forma intensa. Pode ser constante ou ir e vir, como a enxaqueca. A dor crônica é real e traz muito sofrimento, físico e emocional, para os que sofrem deste mal.

São exemplos de causas para o aparecimento da dor crônica: Artrite (osteoartrite e artrite reumatóide); Dor nas costas;  Distensão e espasmo muscular; Dor ciática; Hérnia de disco; Redução do tônus muscular por inatividade física; Síndrome da dor regional complexa; Endometriose; Fibromialgia; Dor de cabeça (dor de tensão e enxaqueca); Cistite intersticial; Síndrome do cólon irritável; Dor na boca, na mandíbula e no rosto (dores orofaciais); Dor no pescoço; Lesões por excesso de esforço; Dor pélvica; Neuropatia periférica; Neuralgia pós-herpética; por Estresse e feridas emocionais.

Suas emoções e a dor crônica: a dor física provoca descontrole e intenso sofrimento emocional. Estudos relacionam a intensidade da dor física com reações emocionais e sofrimento psicológico, além da necessidade de adaptação à  nova condição do sujeito portador de dor crônica e as necessidades de cuidado para o controle da dor, para a preservação da qualidade de vida dos sujeitos.

Medo e preocupação fazem parte do início da manifestação de dor crônica, seguida do sentimento de perda do controle sobre a própria vida. A pessoa pode sentir alteração no humor, sentindo-se irritado ou zangado. Pode ir em busca de outras formas de obter controle, depositando na medicação a solução da sua enfermidade, adquirindo ou intensificando hábitos como o uso excessivo de remédios e de álcool.

Tem frequentemente ambivalência emocional, perde a calma, sente-se culpado, reprime sentimentos e ao aderir ao tratamento da dor, vive períodos de melhora da intensidade da dor e otimismo. Mas as mudanças ou perdas decorrentes das crises de dor, pode desencadear profunda tristeza ou depressão, principalmente quando volta a sentir dor. A esperança de que melhore fica comprometida, também a auto-confiança. A pessoa tem sua vida social comprometida, passa a se isolar ou a permanecer mais em casa, sentindo-se envergonhada caso esteja na casa de alguém e necessite se deitar ou não consiga deixar de se queixar de tanta dor.

Outras pessoas (familiares, amigos e outros) podem banalizar as queixas, o que contribui para que as queixas ou sofrimento sejam mais e mais reprimidos. O ritmo normal da vida fica bastante comprometido e as frustrações são constantes. A depressão e ansiedade podem piorar o quadro de dor e ainda, podem comprometer o autocuidado, causar retraimento social e desencadear ganho de peso significativo, o que atua diretamente no aumento da dor e na adesão ao tratamento para dor crônica.

O apoio ou suporte familiar é de extrema importância. Com o tempo, a família pode reagir a tantas queixas e às repetidas flutuações do quadro álgico, perdendo a paciência. Ficam irritados e se afastam de seu familiar, dizendo que o mesmo não se esforça para melhorar. Veja, cada caso é um caso, pode sim a pessoa se entregar pela falta de esperança e provocar a piora de seu quadro; porém, não é uma dor de fácil controle e exige uma série de mudanças, por isso é importante que paciente e familiar recebam orientação e suporte emocional, para que juntos consigam superar as adversidades de um diagnóstico de dor crônica.

Para o tratamento do paciente com dor crônica é necessária a assistência de uma equipe multiprofissional, incluindo médico, psicólogo, acupunturista, fisioterapeuta, nutricionista, assistente social, educador físico, etc. O acompanhamento psicológico se faz necessário dada a influência do estado emocional para o surgimento da dor, para sua intensificação e ainda, pelas seqüelas físicas, funcionais e emocionais na vida do sujeito com dor crônica.

O comprometimento do PACIENTE é de extrema importância para sua melhor. A família e amigos podem contribuir para que as adaptações e necessidades diversas sejam atendidas. Amor e cuidado, paciência e respeito, escuta e esperança são os melhores remédios para que o paciente consiga aderir aos diversos tratamentos de que precisa, recupere a autonomia possível e para que volte a ser feliz!!

Digo a vocês e a todos os meus pacientes... é possível e com ajuda, vocês também conseguirão!!

Abraços fortes... 



Fonte de pesquisa:
Guia da Clínica Mayo sobre Dor Crônica. Anima editora, 2007.

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